Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2017
Dois jornalistas brasileiros foram detidos na Venezuela neste sábado (11) pelo serviço de inteligência do governo local. A detenção ocorreu no estado Zulia, no Norte do país. A informação foi divulgada pela ONG Transparência Venezuela.
Leandro Stoliar e Gilson Souza, da Rede Record, estão no país para apurar informações sobre supostos pagamentos de suborno da construtora Odebrecht. A emissora informou ter solicitado apoio do Itamaraty e da embaixada do Brasil na Venezuela para trazer os profissionais de volta. A Rede Record perdeu o contato com os jornalistas.
Também foram detidos dois ativistas que acompanhavam os jornalistas.
“A comissão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional deteve e escoltou [os brasileiros] até sua sede em Maracaibo para uma audiência. Ao chegar, foram recolhidos seus telefones celulares. A Transparência Venezuela exige a liberação deles”, disse a ONG em um comunicado.
O organização indicou que os jornalistas apuravam informações sobre a construção da segunda ponte sobre o Lago de Maracaibo, que era conduzida pela Odebrecht. A ONG não informou se os brasileiros tinham realizado os procedimentos para obter a permissão do Ministério da Comunicação e Informação da Venezuela para atuar no país. O governo venezuelano tem retido e deportado jornalistas estrangeiros por esse motivo.
O Sindicado Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela lamentou, em nota, a detenção dos jornalistas. A entidade também exigiu a liberação dos brasileiros
Na última semana, o Parlamento venezuelano aprovou uma investigação sobre a Odebrecht. Parlamentares ligados ao governo federal não participaram da sessão. Representantes da construtora no país foram convocados pela Comissão de Controladoria e devem ser ouvidos durante a semana.
Já o Ministério Público venezuelano solicitou ao MPF (Ministério Público Federal) brasileiro o compartilhamento de informações. A Odebrecht admitiu ao Departamento de Justiça do Estados Unidos ter realizado pagamentos de US$ 98 milhões em propina na Venezuela. Na última semana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se comprometeu a terminar as obras da construtora que foram interrompidas após a divulgação de casos de corrupção.
(AFP)