Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2015
Na decisão que autorizou a prisão do ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano (PT) pela Operação Lava-Jato, o juiz federal Sérgio Moro indicou que, a partir de um acordo de cooperação firmado pelo Ministério do Planejamento para gerir empréstimos consignados de servidores federais, partidos e políticos podem ter recebido propina. A suspeita se baseia em depoimento do empresário Milton Pascowitch ao Ministério Público Federal, em acordo de delação premiada na Lava-Jato.
Segundo as investigações, empresas do grupo Consist Software faziam repasses a pessoas encarregadas de intermediar os subornos. A firma foi contratada por entidades que assinaram acordo de cooperação com a pasta para gerir o software que autoriza pagamentos consignados de servidores federais. Contrataram a Consist a Associação Brasileira dos Bancos e o Sindicato Nacional das Empresas Abertas de Previdência Complementar.
“Os mandados terão por objeto a coleta de provas relativa à prática pelos investigados dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, além dos crimes antecedentes à lavagem de dinheiro, especialmente o pagamento de propinas pelas empresas do grupo Consist (Consist Software, Consist Business e SWR Informática) a agentes públicos ou a partidos políticos”, escreveu Moro.
Apontado como um dos operadores do esquema, Pascowitch disse que uma de suas empresas, a Jamp, simulou contratos de consultoria de 15 milhões de reais com a Consist. Segundo ele, parte do dinheiro recebido foi repassado ao PT, por solicitação do ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto.
De acordo com os procuradores da República, parte desses recursos foi arrecadada para o esquema de corrupção por Romano. Outra porção da propina teria sido paga a Pascowitch. Ao todo, os investigadores calculam que até 52 milhões de reais foram repassados a operadores por meio dessa transação. (G1)