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Geral Juiz Sergio Moro diz que a Petrobras é vítima e o povo brasileiro também

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Juiz enfrentou protestos de manifestantes antes de seu pronunciamento na universidade de Columbia, nos EUA. (Foto: Reprodução)

A única perspectiva para observar o que aconteceu com a Petrobras a partir das descobertas na Operação Lava-Jato é que a estatal foi vítima de esquemas de corrupção, afirmou o juiz Sergio Moro. “A Petrobras está ingressando nos processos e eu tenho reconhecido o papel dela como vítima”, disse o juiz, após debate na Universidade de Columbia, em Nova York (EUA).

“É necessário lembrar que a Petrobras pertence ao povo brasileiro. O principal acionista é a União. Se ela tiver que pagar indenização, quem será afetado será o orçamento público do Brasil e, em via indireta, a população brasileira. Então, na perspectiva brasileira, não existe outra forma de ver essa questão”, completou o juiz.

As declarações de Moro foram feitas em Nova York, onde acionistas da Petrobras entraram com ação de indenização por perdas com investimentos na estatal. O principal ponto de defesa da companhia é o de que ela foi vítima de corrupção.

Neste ponto, Moro concordou com a alegação da estatal. O juiz ressaltou, porém, que diversas decisões sobre a realização de investimentos que foram tomadas pela Petrobras, no passado, podem ter sido consequência de práticas de corrupção, e não de diretrizes estratégicas sobre projetos lucrativos no mercado. “Talvez, maus investimentos feitos pela Petrobras no período podem ter sido resultado não de más percepções”, disse ele, referindo-se a decisões tomadas pela estatal na década passada.

“Podem ter sido decisões deliberadas”, completou o juiz. Moro avaliou ainda que, num ambiente de corrupção, os investidores perdem a confiança e as instituições públicas também são diretamente afetadas. O juiz acrescentou que as propinas foram pagas pelos contratos firmados com companhias e com o governo e, portanto, afetaram as contas públicas.

Ele ressaltou que as evidências descobertas pela Lava-Jato não devem ser escondidas do público. Por outro lado, ele não quis comentar o fato de o Supremo Tribunal Federal não ter aberto o sigilo das delações da Odebrecht por entender que não seria apropriado comentar sobre um assunto que está em outra instância.

Moro elogiou o novo relator da Lava-jato, ministro Edson Fachin, que ficou no lugar de Teori Zavascki, morto em janeiro. “Fachin é um bom jurista”, ressaltou. O juiz acrescentou que a atuação de Teori garantiu independência nos autos da operação.

O debate em Columbia começou sob intensos protestos de manifestantes que entraram no salão da biblioteca da universidade e começaram a gritar contra Moro assim que ele começou a falar.

Antes do evento, a universidade recebeu uma carta de professores e um manifesto de um grupo formado majoritariamente por brasileiros nos Estados Unidos e se autoproclama “Em Defesa da Democracia no Brasil”. Eles acusaram Moro de ser tendencioso, de ter atuado para favorecer o impeachment e de entregar as riquezas do pré-sal para companhias estrangeiras. O juiz esperou que os manifestantes se acalmassem para começar a falar e negou que tenha sido responsável pelo impeachment. 

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https://www.osul.com.br/juiz-sergio-moro-diz-que-a-petrobras-e-vitima-e-o-povo-brasileiro-tambem/ Juiz Sergio Moro diz que a Petrobras é vítima e o povo brasileiro também 2017-02-08
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