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Por Redação O Sul | 9 de julho de 2015
As taxas de juros de operações de crédito, tanto para pessoas físicas quanto para empresas, apresentaram em junho a sexta elevação no ano, e a nona consecutiva, conforme levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade) divulgado nessa quarta-feira.
As seis linhas de crédito pesquisadas para pessoa física tiveram juros maiores no mês. A taxa média subiu 1,02%, passando de 6,87% ao mês para 6,94% em junho. O percentual é o maior desde novembro de 2009.
Entre os segmentos pesquisados, o cartão de crédito, que registra a maior taxa de juros, teve a alta mais expressiva no mês passado. O percentual passou de 12,34% ao mês em maio para 12,54% em junho, uma elevação de 1,62%. Em seguida, está o cheque especial, cuja taxa variou 1,11% (de 9,9% para 10,01%).
Segundo o levantamento, os juros mais baixos cobrados do consumidor são para aquisição de veículos.
Foi possível financiar automóveis em bancos com taxa de 2,1% em junho. Em maio, o percentual estava em 2,08%, uma variação de 0,02 ponto percentual.
Para empresas, as três linhas de crédito também apresentaram taxas maiores. Na média, foi verificada alta de 0,75%, passando de 4% ao mês em maio para 4,03% ao mês em junho. A taxa é a mais alta desde julho de 2011. Em 12 meses, os juros para pessoa jurídica acumulam alta de 0,93%.
Para o diretor executivo da Anefac, Miguel José de Oliveira, a alta pode ser explicada pelo cenário econômico – inflação mais elevada e aumento de impostos –, que aumenta o risco de crescimento da inadimplência. Ele destacou, ainda, a alta da Selic (a taxa básica de Juros) pelo BC (Banco Central), bem como a perspectiva de nova elevação decorrente dos índices de inflação. Para a entidade, a estimativa é nova alta nos próximos meses.
Juros do cheque especial
Os juros para o cheque especial atingiram, no mês de julho, a maior taxa média desde novembro de 1995. Segundo levantamento do Procon-SP (Fundação de Proteção de Defesa do Consumidor de São Paulo), os juros para essa modalidade de crédito ficaram em 11,49% ao mês, um crescimento de 0,33 ponto percentual em relação aos valores cobrados em junho (11,16%).
Em novembro de 1995, a taxa média para o cheque especial era 11,71% ao mês. A alta em julho foi puxada pelos reajustes feitos por cinco dos sete bancos pesquisados. O HSBC subiu de 12,66% para 13,21% ao mês, o Bradesco de 10,8% para 11,26%, o Itaú de 10,64% para 11,29%, o Banco do Brasil de 10,34% para 10,53% e a CEF (Caixa Econômica Federal) de 9,52% para 9,99%.
A pesquisa foi feita no dia 2 deste mês com o BB (Banco do Brasil), o Bradesco, a Caixa Econômica Federal, o HSBC, o Itaú, o Safra e o Santander. Foram consideradas as taxas máximas pré-fixadas para contratos de 12 meses, no caso do empréstimo pessoal, e um mês, em relação ao cheque especial.
Elevação da Selic
No início de junho, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a Selic em 0,5 ponto percentual. Atualmente a taxa está em 13,75% ao ano. O Procon também alertou que a tendência é que os juros sofram novo reajuste na próxima reunião do comitê, marcada para o fim deste mês.
A CEF informou que o reajuste foi feito devido ao aumento da Selic, mas que mantém posicionamento estratégico de estar entre as melhores taxas do mercado. O Bradesco disse que não comentará o resultado da pesquisa. (AG e Abr)