Quarta-feira, 17 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 29 de dezembro de 2016
A Justiça da Argentina condenou nessa quarta-feira (28) a líder do movimento Tupac Amaru, Milagro Sala, a três anos de prisão por dano qualificado durante um protesto em 2009 na cidade de San Salvador de Jujuy.
A manifestação era um escrache ao então senador Gerardo Morales. Aliado do presidente Mauricio Macri e opositor a Milagro, ele hoje governa a província de Jujuy e ordenou a prisão de sala em 16 de janeiro deste ano.
Embora não tenha participado do protesto, ela é apontada como a mandante por liderar a Tupac Amaru. A advogada da militante, Elizabeth Gómez Alcorta, considera que faltam provas para incriminar Sala.
Por este crime ela cumpriria a pena em regime aberto. No entanto, Milagro é acusada por desviar recursos públicos de Jujuy e nacionais no programa de habitação conduzido pela Tupac Amaru, motivo pelo qual foi presa.
Ela ainda é acusada de usar os programas habitacionais como curral eleitoral para os candidatos alinhados com seu movimento, incluindo a ex-presidenta Cristina Kirchner. Milagro nega qualquer acusação.
“Nós educamos, recuperamos os jovens da cultura do trabalho e recuperamos milhares de jovens das drogas, da prostituição e dos roubos, mas hoje tudo voltou de novo”, afirmou, criticando Morales e Macri.
“Esse foi o nosso pecado e não sinto como um pecado. Simplesmente queríamos igualdade em um país tão rico, onde há muito dinheiro e onde os empresários e os oligarcas voltaram a ficar com tudo.”
Polêmica
Apesar de a Justiça estar apurando seus crimes, Milagro está em prisão preventiva desde janeiro. O período de quase um ano de detenção sem julgamento fez com que Macri enfrentasse a crítica de diversos países e organizações.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Alto Comissariado da ONU de Direitos Humanos pedem explicações a Macri pela detenção e a libertação imediata da militante social em novembro.
Em resposta, o presidente disse que os argentinos consideravam que Milagro deveria estar presa devido a todos os processos abertos, mas também considerou que a informação sobre os delitos deveria ser explicitada ao mundo.