Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política A Justiça da Suíça descobre quem é o brasileiro que movimentava o dinheiro dos diretores da Petrobras naquele país

Compartilhe esta notícia:

Os moradores também relataram que, desde que chegou ao local, Schmidt foi o único que ergueu “barreiras” no imóvel.(Foto: AE)

De um lado, tradicionais vinhedos de uma das encostas mais valorizadas da Suíça. De outro, a vista do lago Leman. Ao fundo, o pico gelado do Mont Blanc. Nesse cenário vivia o lobista Raul Schmidt Felippe Junior. Alvo da Lava Jato, Schmidt é apontado como sócio de ex-diretores da Petrobrás e também como operador de propinas ao PMDB no esquema.

A casa, segundo imobiliárias locais, foi vendida por US$ 3,5 milhões em 2009. Atualmente, com o boom no mercado da região, a estimativa é de que ela pode valer até US$ 6 milhões (cerca de R$ 20 milhões).

 De acordo com procuradores brasileiros consultados pelo Estado, a força-tarefa da Lava Jato desconhecia a existência desse endereço. Hoje, porém, ele está sob embargo da Justiça da Suíça, que investiga Schmidt e congelou também suas contas.

Schmidt foi considerado foragido de julho de 2015 a março de 2016, quando foi preso em Portugal, na Operação Polimento. Réu em uma ação penal em Curitiba, ele aguarda, em prisão domiciliar, por uma decisão sobre o pedido de extradição. No Brasil, o lobista já teve um habeas corpus rejeitado no Superior Tribunal de Justiça. A defesa estuda, agora, pedir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal em relação ao mandado de prisão expedido pelo juiz federal Sérgio Moro. Enquanto isso, o endereço a cerca de 40 quilômetros de Genebra está fechado.

Mistério

Na vizinhança, os comentários são de que, desde a prisão, acabaram as “festas com música até tarde”, muitas vezes à beira de uma piscina aquecida com vista privilegiada. Quando a reportagem esteve no local, todas as janelas da casa estavam fechadas. A piscina estava coberta e a jacuzzi, lacrada.

A fama de Raul Schmidt no vilarejo era de um morador misterioso. Alguns o conheciam como um operador no mercado de artes, sem saber exatamente o que isso significava. Para outros, ele era apenas o dono de um cachorro que perturbava a tranquilidade do vilarejo com seu latido constante.

Os moradores também relataram que, desde que chegou ao local, Schmidt foi o único que ergueu “barreiras” no imóvel. A casa tem um imenso portão cinza, o que levou vizinhos a apelidá-la de “cofre-forte”. Árvores também foram plantadas para “proteger” o local.

Em maio do ano passado a propriedade foi embargada pelo Ministério Público suíço, a fim de evitar que Schmidt vendesse o imóvel. “Essa decisão visa a manter sob sequestro a parcela (de terra) para impedir sua eventual venda e permitir, em caso de decisão, seu confisco”, afirmou o Ministério Público em Berna. Em Rolle, uma das agências imobiliárias da região confirmou que a casa chegou a estar à venda há pouco mais de um ano. O advogado de Schmidt, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que soube do imóvel porque o empresário comentou que tinha uma casa na Suíça, perto de Genebra.

Investigação

No Brasil, o lobista é acusado de ter feito pagamentos de propinas a pelo menos três ex-diretores da Petrobrás – Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Zelada – em esquema que envolveria nomes ligados ao PMDB. Com Zelada, mantinha a empresa TVP Solar, em Genebra. A suspeita é de que ele teria feito parte de operações para camuflar recursos desviados da estatal.

Em maio deste ano, Tribunal Federal da Suíça rejeitou um recurso apresentado por Schmidt e sua mulher e decidiu repassar ao Brasil e a investigadores da Noruega detalhes sobre nove contas que ele possui na Suíça. Em três delas, milhões de dólares estariam bloqueados.

Documentos mostram que Schmidt teria feito a transferência de US$ 14 milhões para uma conta em Mônaco em nome de um ex-diretor da Petrobrás. Entre 1980 e 1997, ele trabalhou na estatal. Depois, passou a representar empresas estrangeiras interessadas em fazer negócios com a empresa brasileira.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Especialista em direito eleitoral diz que uma condenação em segunda instância não deve tirar Lula do jogo em 2018
O presidente da Câmara dos Deputados articula turbinar seu partido, que esteve perto da extinção na era petista. Longe do poder, o DEM caiu de 105 para 21 deputados
https://www.osul.com.br/justica-da-suica-descobre-quem-e-o-brasileiro-que-movimentava-o-dinheiro-dos-diretores-da-petrobras-naquele-pais/ A Justiça da Suíça descobre quem é o brasileiro que movimentava o dinheiro dos diretores da Petrobras naquele país 2017-07-15
Deixe seu comentário
Pode te interessar