Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2017
O ex-governador Anthony Garotinho foi transferido ao presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio, nessa sexta-feira. A transferência foi determinada pela Secretaria de Administração Penitenciária como punição por não ter provado as supostas agressões que diz ter sofrido dentro da cela em Benfica, onde está preso. Garotinho chegou na cadeia pública Pedrolino Weling de Oliveira por volta das 21h40min.
Segundo a defesa do ex-governador, ele teve a cela invadida e foi agredido com um porrete. Diz também que uma arma foi apontada para ele. Garotinho teria chegado à delegacia com o dedo do pé machucado e o joelho ralado.
Agentes da Seap, no entanto, dizem que ele se autolesionou. Imagens de câmeras de segurança mostram que ninguém entrou na cela em que ele estava, e que o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, preso na Lava Jato, foi chamado para prestar socorro.
Segundo a Seap, o interno estava sozinho em uma galeria composta por nove celas todas vazias. De acordo com a secretaria, Garotinho foi transferido para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo Penitenciário de Gericinó, como punição. Na nova cadeia, uma câmera monitora o interior a cela durante 24 horas por dia.
O advogado de Anthony Garotinho disse que o ex-governador está disposto a fazer um retrato-falado do agressor, e que a polícia precisa apurar o que aconteceu.
Pouco antes da decisão da Seap, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio da 98ª Zona Eleitoral, em Campos, havia autorizado a transferência. De acordo com o juiz Ralph Machado Manhães Junior, o TRE tomou a decisão antes das notícias sobre a suposta agressão contra Garotinho na cadeia.
O juiz eleitoral que autorizou a transferência afirma que recebeu informações de que ele estaria “causando transtornos” e que “teria se autolesionado”. Manhães Júnior cita ainda os vídeos da galeriaquestionando se ele realmente foi agredido.
O juiz cita ainda um artigo do Código Penal que prevê detenção de até seis meses ou multa por comunicar ocorrência de crime que não tenha ocorrido. “Fica autorizada ao juízo da VEP [Vara de Execuções Penais], em sintonia com a Seap, a transferência imediata do réu em tela para um Presídio de Segurança Máxima, visando assim garantir a integridade física do acusado e evitar novos questionamentos duvidosos”.