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Por Redação O Sul | 7 de março de 2017
A pedido do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato em Curitiba (PR), a Justiça Federal sequestrou no início de fevereiro a cobertura número 121 do edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP), avaliada em R$ 1,5 milhão e ocupada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O apartamento, que tem 188,9 metros quadrados de área privativa e é vizinho ao de Lula, não pertence ao petista, mas a Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.
A compra do imóvel, feita com dinheiro de propina da empreiteira Odebrecht, segundo o MPF (Ministério Público Federal), e contratos supostamente fictícios de locação levaram o ex-presidente ao banco dos réus em uma ação penal da Lava-Jato.
O pedido de sequestro, que não impede Lula de continuar no imóvel, foi feito pelo magistrado no momento em que aceitou denúncia do MPF contra o petista, em 19 de dezembro, e foi cumprido em 9 de fevereiro pela Oficial de Justiça Avaliadora Edilamar Fernandes Dornas, da 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo.
Na certidão em que informa ter sequestrado o imóvel, Edilamar afirma que entrou em contato com Valmir Moraes da Silva, segurança do ex-presidente Lula, no dia 6 de fevereiro, mas ouviu dele que o petista não poderia recebê-la por estar em luto.
Na data do cumprimento do mandado de sequestro, havia três dias que a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva havia morrido em São Paulo, vítima de um acidente vascular cerebral hemorrágico.
O advogado de Lula, Roberto Teixeira, então teria entrado em contato com a oficial de Justiça e informado que o imóvel era alugado pelo ex-presidente desde fevereiro de 2011 e que lhe enviaria uma cópia do documento no mesmo dia. “Entretanto, passados dois dias e não tendo recebido nada voltei a entrar em contato, mas desta vez o Doutor Roberto Teixeira informou que não possui cópia do documento”, escreveu Edilamar.