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Por Redação O Sul | 27 de abril de 2017
“O silêncio diz muito e, como no caso, a resposta monossilábica muito mais.” Essa foi uma das observações feitas pelo juiz da Vara Judicial da Comarca de Tupanciretã, na Região Central do RS, Marco Luciano Wachter, diante de um dos depoimentos de uma menor que sofria abusos sexuais praticados pelo próprio pai.
No processo, foi comprovada a prática de conjunção carnal do homem com duas filhas – a mais velha, diversas vezes em um período de quatro anos, com quem teve dois filhos – e atos libidinosos com uma terceira. O réu foi condenado a 70 anos e seis meses de prisão.
O caso
Conforme a denúncia, de 2009 a 2013, na localidade de Assentamento Cachoeira, as três filhas, com idades entre 12 e 15 anos, sofreram estupros e abusos sexuais do pai. Os crimes ocorreram na própria residência da família. O acusado aproveitava a saída da sua mulher para trabalhar e mandava os outros filhos saírem do interior da casa.
Após, costumava obrigar a vítima da vez a se dirigir até um dos quartos e, sob ameaças de morte, a despia, tapando sua boca com pano e amordaçava-a para manter relações sexuais. As meninas sofriam ameaças psicológicas de morte e agressões físicas, caso contassem para alguém. Certo dia, a mais velha tomou coragem e aproveitou sua ida à cidade com o irmão, narrando os estupros praticados pelo pai.
No inquérito policial, o réu negou as acusações. Foi preso preventivamente em janeiro de 2013 e a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público em maio do mesmo ano. No seu interrogatório, o réu utilizou o direito constitucional de ficar em silêncio. Exames de DNA comprovaram que o réu é pai de duas crianças, fruto dos estupros sofridos pela filha mais velha.
O processo tramita em Segredo de Justiça.