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Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2017
A prefeitura da cidade de São Bernardo do Campo multou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em R$ 43 mil e paralisou a construção de uma casa de 380 m² em um terreno às margens da represa Billings. Os fiscais verificaram diversas irregularidades ambientais nesta casa, que estava sendo construída pelo petista e fica próxima do sítio Los Fubangos, que também pertence a Lula.
O ex-presidente recorreu da decisão da Prefeitura de São Bernardo do Campo ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Por outro lado, o secretário municipal do Meio Ambiente, Gil Fonseca, confirmou que “o projeto em execução não estava de acordo com o plano aprovado pela prefeitura”.
A casa de Lula está sendo construída em uma área de mais de 20 mil m², e foi comprada pelo petista em 2016 por cerca de R$ 545 mil. Na época, o sítio de Atibaia já tinha sido investigado pela Lava-Jato.
A residência foi comprada junto à sua esposa, Marisa Letícia, em setembro do ano passado. O pedido de construção, conforme reportou o jornal “Folha de S.Paulo” , foi apresentado à prefeitura da cidade já no mês seguinte, quando o cargo de prefeito ainda era exercido por Luiz Marinho (PT), ex-ministro e amigo pessoal de Lula.
Em janeiro, no entanto, o tucano Orlando Morando assumiu a prefeitura de São Bernardo do Campo, oferecendo empecilhos para os planos do ex-presidente, que esperava ter no novo imóvel um substituto para Los Fubangos.
Antigo refúgio do ex-presidente, o famoso sítio caiu em desuso em 2004, quando Lula ainda era presidente e recebeu do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) orientações para não frequentar mais Los Fubangos. O conselho surgiu após animais terem sido mortos a facadas no local.
Desde que Lula entregou a faixa presidencial a Dilma Rousseff, o petista passou a frequentar outro sítio que se tornou famoso, o Santa Bárbara, em Atibaia (SP). O imóvel no interior paulista motivou a abertura de uma ação penal na Lava-Jato, na qual o ex-presidente é acusado de ter recebido o imóvel como contrapartida à sua atuação em favor da Odebrecht. Ele nega as acusações.
Apoio do PT
“Absolutamente convencido” de que Lula é o “plano A do povo brasileiro” e único nome com “condições de ganhar a eleição”, o PT trabalhará para evitar a fratura no campo de centro-esquerda – e o caminho é “dialogar com companheiros” que ventilam candidaturas paralelas, como PSOL (Guilherme Boulos), PCdoB (Manuela D’ávila) e PDT (Ciro Gomes). Movimentos como a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo também serão procurados.
“É muito mais fácil convencê-los disso do que de qualquer outra coisa”, declarou Alexandre Padilha, vice-presidente do partido, em reunião do Diretório Nacional da legenda. No encontro, a sigla aprovou uma resolução para apoiar a candidatura do ex-presidente independentemente do resultado de 24 de janeiro, dia do julgamento do recurso apresentado por Lula no caso do triplex do Guarujá (SP).
“Chegamos ao ano eleitoral de 2018 com a candidatura do presidente Lula consolidada de tal forma que não pertence mais ao PT; pertence ao povo brasileiro. Cabe a nós defender a candidatura contra os ataques sistemáticos dos golpistas, que vão usar todos os meios para tentar impedir que o povo manifeste sua vontade nas eleições”, diz a resolução.
“A inédita celeridade com que o Tribunal Regional Federal da 4a Região [TRF-4 , com sede em Porto Alegre] marcou o julgamento é mais um casuísmo imposto ao Presidente Lula por setores do sistema judicial. Se ousarem condenar Lula, estarão comprovando a natureza política de todo o processo”, apontou a resolução. Da CUT ao MTST de Boulos, vários grupos de esquerda combinam um acampamento em frente ao tribunal, num desagravo ao réu.