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Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2016
A Justiça brasileira quebrou o sigilo da denúncia contra o atacante Neymar. Nessa terça-feira, o MPF (Ministério Público Federal) publicou um extenso comunicado em que apontou novos detalhes da investigação que envolve o atleta, o pai dele, Neymar da Silva Santos, o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, e o atual, Josep Maria Bartomeu.
O procurador-chefe Thiago Nobre Lacerda pede a condenação dos quatro por falsidade ideológica e sonegação fiscal, crimes com penas de até cinco anos. A denúncia está com o juiz Mateus Castelo Branco, da 5ª Vara de Santos, que poderá recebê-la – transformando os personagens em réus – ou arquivá-la.
O MPF apontou ainda o pai de Neymar como principal mentor e articulador de uma série de fraudes para o uso do direito de imagem do jogador, uma forma de driblar o fisco a pagar menos impostos – no caso, um desfalque superior a 50%.
Depoimento
Neymar foi ouvido nessa terça-feira pela Justiça espanhola no caso envolvendo sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013. Seu depoimento durou cerca de 1h15min. O pai do jogador só entrou no estabelecimento após a saída do filho.
O pai, Neymar Da Silva Santos, e a mãe, Nadine Gonçalves da Silva, também estão no processo – Nadine não participou da audiência desta terça e o juiz ainda vai decidir quando ela terá que se apresentar.
Os três são investigados no mesmo processo que é dividido em duas fases distintas: em uma primeira, os dirigentes do Barcelona foram ouvidos sobre presumíveis crimes fiscais ligados à transferência. A Justiça espanhola investiga se o pagamento de imposto relativo ao montante total da transferência foi cumprido pelo Barcelona. No caso de Neymar e da família, a justiça pretende saber se eles tentaram ocultar do grupo DIS outras ofertas que o craque recebeu naquele período e o montante total da transferência, e, com isso, enganar o fundo.
A DIS alega ter direito a receber 40% do valor total da transferência, que, de acordo com a Audiência Nacional espanhola, alcançou os 83,3 milhões de euros (356 milhões de reais). A empresa, no entanto, só recebeu a porcentagem dos 17 milhões de euros (74 milhões de reais) pagos pelo Barcelona ao Santos pela contratação do jogador.
Na audiência, Neymar respondeu às perguntas da procuradoria e dos seus próprios advogados, mas se recusou a responder as questões dos advogados de acusação como parte da sua estratégia de defesa. (AG)