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Brasil Lava-Jato levou empresas a vender mais de 100 bilhões de reais em ativos desde 2015

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(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

A operação Lava-Jato foi um catalisador de grandes negócios no Brasil nos últimos 3 anos. As empresas que foram investigadas pela Polícia Federal venderam 48 ativos em transações que somaram mais de R$ 103 bilhões desde 2015, segundo levantamento da reportagem a partir de estatísticas de fusões e aquisições da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e de operações divulgadas pelas próprias empresas.

Na lista de vendedores estão grandes empresas brasileiras, como Petrobras, J&F, Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS e BTG Pactual. Todas tiveram que colocar negócios à venda após ter seu nome envolvido de alguma forma na Lava-Jato.

A temporada de vendas ainda não acabou: essas empresas tentam se desfazer de ao menos outros R$ 75 bilhões, segundo cálculos feitos com base em planos anunciados.

A venda de ativos é parte do roteiro das empresas envolvidas nos escândalos de corrupção para se reerguer. A investigação trouxe uma crise de credibilidade para as empresas que afetou sua capacidade de conseguir crédito e manter as receitas. Para complicar, a maioria desses grupos estava com endividamento elevado e comprometida com projetos futuros altamente dependentes de aporte de capital ou financiamento.

“A turma envolvida na Lava-Jato teve e terá que entregar os anéis para não perder os dedos”, resume o advogado especializado em fusões e aquisições Carlos Lima, sócio do escritório Pinheiro Neto. Como razão para esse movimento, ele citou o alto endividamento das empresas, o crédito mais restrito e o compromisso que assumiram em pagar multas bilionárias definidas nos acordos de leniência.

Dos quase 50 negócios cujo controle ou fatias trocaram de mãos, o caso mais emblemático é o da Alpargatas, que detém as marcas Havaianas e Osklen, e que em 2 anos já esteve sob o comando de 3 diferentes donos.

No final de 2015, quando as construtoras estavam no centro dos escândalos de corrupção, a Camargo Corrêa vendeu o controle da Alpargatas para a J&F, da família Batista, por R$ 2,66 bilhões. A venda foi assinada dois meses após a Camargo fechar um acordo de leniência.

Em 2016, os donos da JBS desembolsaram mais cerca de R$ 500 milhões para elevar a participação na companhia. Mas, este ano, os irmãos Joesley e Wesley Batista é que tiveram que vender seus negócios para fazer caixa e conseguir suportar a maré negativa depois de fechar um acordo de delação premiada.

Em julho deste ano, a J&F vendeu sua participação de 54% da Alpargatas para a Itaúsa, Cambuhy Investimentos e Brasil Warrant, grupos que têm como acionistas a família Moreira Salles, por R$ 3,5 bilhões.

Mas o maior negócio até o momento foi a venda da NTS (Nova Transportadora do Sudeste), rede de gasodutos da Petrobras, para a canadense Brookfield, por R$ 16,7 bilhões. Em seguida, está a venda da Eldorado Celulose e Papel, pela J&F, para o grupo holandês Paper Excellence, por R$ 15 bilhões.

Petrobras lidera liquidações

A maior vendedora da lista é a Petrobras, que já levantou R$ 42,5 bilhões (US$ 13,6 bilhões na conta em dólares) em negócios fechados desde 2015.

Em abril de 2014, a petroleira calculou em R$ 6,194 bilhões as perdas por corrupção e reduziu o valor de seus ativos em mais de R$ 60 bilhões após ter reavaliado uma série de projetos como a Refinaria Abreu e Lima, o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

O chamado plano de desinvestimentos foi anunciado na esteira da Lava-Jato diante das dificuldades de caixa para financiamento da carteira de novos projetos e também da necessidade de redução da alavancagem em meio a um cenário de queda do preço do barril de petróleo. O endividamento líquido da companhia saltou de um patamar de R$ 100 bilhões no início de 2012 para mais de R$ 400 bilhões no final de setembro de 2015.

Embora ainda não tenha fechado nenhuma nova venda em 2017, a Petrobras ainda prevê arrecadar mais US$ 21 bilhões até 2018 (o equivalente a mais de R$ 65 bilhões) no seu plano de desinvestimento.

Na vice-liderança em negócios alienados, está a J&F, holding que controla a JBS, com 25% do montante total. Em menos de 4 meses, o grupo da família Batista já fechou a venda do equivalente à metade dos seus negócios fora do setor de carne, além de ativos da JBS, num total de R$ 26,9 bilhões. 

Na sequência, estão Odebrecht (R$ 12,9 bilhões), BTG Pactual (R$ 10,3 bilhões) e Camargo Corrêa (R$ 8,6 bilhões).

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