Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2020
Ex-executivo fugiu do Japão para o Líbano no mês passado, enquanto aguardava julgamento
Foto: ReproduçãoO Líbano pode suspender a proibição de viagens ao ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn caso os autos relativos ao seu caso não sejam enviados pelo Japão em 40 dias, informou em comunicado, nesta sexta-feira (10), o ministro interino da Justiça, Albert Serhan.
Ghosn fugiu do Japão para o Líbano, seu lar de infância, no mês passado, enquanto aguardava julgamento por acusações de subnotificação de ganhos, quebra de confiança e apropriação indébita de fundos da empresa, todas as quais ele nega.
Sua dramática fuga tem elevado as tensões entre Japão e Líbano, onde Ghosn criticou o sistema judiciário japonês em uma entrevista coletiva de duas horas na quarta-feira (08), levando o ministro do Japão a emitir uma rara e forte resposta pública.
O Líbano não possui um acordo de extradição com o Japão. Em comunicado, Serhan disse que havia se encontrado com o embaixador Japonês no Líbano e reafirmado a importância do relacionamento entre os dois países.
Ele também disse que a esposa de Ghosn, Carole, será interrogada pelos promotores libaneses quando as autoridades receberem uma notificação da Interpol por ela. “Carole estará sujeita aos mesmos procedimentos que foram feitos [com Ghosn] quando o alerta vermelho for recebido da Interpol”, disse o ministro no comunicado.
Na terça-feira (07), promotores de Tóquio emitiram um mandado de prisão por Carole em razão de um suposto falso testemunho relacionado à acusação de apropriação indébita contra o seu marido.
Uma porta-voz de Carole disse que ela tinha, voluntariamente, voltado ao Japão há nove meses para responder aos questionamentos de promotores e estava livre para ir sem quaisquer acusações, acrescentando que o mandado era “patético”.