Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2017
O PSDB reagiu às declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o candidato do governo à Presidência da República não será o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e de que os tucanos seguem na direção de não apoiar a gestão de Michel Temer (PMDB).
“É um desrespeito dele com a bancada federal, que ajudou tanto o governo até agora. Demos mais votos na reforma trabalhista que o partido dele [PSD] e que o partido do presidente Michel Temer, o PMDB. Acho uma ingratidão. O PSDB tem ajudado muito nas medidas importantes e nas reformas”, disse o líder tucano na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli (SP), nesta segunda-feira (04).
Em entrevista, Meirelles afirmou que “o PSDB está tendendo na direção de não apoiar o governo e isso terá consequências no processo eleitoral” e que não há “um comprometimento do PSDB em defesa dessa série de políticas e do legado de crescimento com compromisso de continuidade”. Por isso, justificou Meirelles, Alckmin não pode ser o candidato do governo.
“Isso é porque ele é candidato e ele quer agora, obviamente, começar a campanha eleitoral. Começou muito mal. Não é por aí que ele vai conseguir convencer a população brasileira que o PSDB não tem ajudado o governo. Quero ver na hora de pegar os votos lá e conferir”, reagiu Tripoli.
Meirelles ainda não se lançou candidato, mas admite essa possibilidade. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana, o ministro da Fazenda oscila entre 1% e 2% das intenções de voto.
“Acho que isso aí [as críticas ao PSDB] é muito a questão da eleição presidencial. Eles estão agora mirando. Como temos um candidato à altura, a tendência deles agora é diminuir o impacto da importância do PSDB. Mas acho que isso não é correto com a bancada, que tem dado uma parcela de contribuição muito grande. Não venham com essa conversa que isso não vai colar”, afirmou.
Para o líder tucano, o governo quer debitar da conta do PSDB uma eventual não aprovação da reforma da Previdência. Acho errada a forma como eles estão dizendo que a culpa de a reforma da Previdência é do PSDB”, disse Tripoli.
O líder do PSDB também rebateu as críticas de Meirelles a uma lista de sugestões para a reforma da Previdência apresentada pelo partido. “Conversa fiada”, disse Tripoli, que negou ainda que as propostas sejam novas reivindicações. “Retomamos uma conversa que era de maio [e foi interrompida quando a reforma saiu de foco por causa das denúncias contra Temer]”, declarou.
O deputado afirmou que o tensionamento na relação do governo com o PSDB, iniciado na semana passada com declarações do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e agravado com a entrevista de Meirelles, não vai ter impacto no apoio da bancada à reforma da Previdência.