Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2017
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (12) que a equipe econômica continua com a expectativa de que a reforma da Previdência será aprovada na primeira metade deste ano, mas caso isso não aconteça, não haverá “grande drama” se o aval final dos parlamentares for dado em agosto.
Falando à Reuters por telefone, Meirelles disse ainda que a divulgação da lista de políticos e ministros a serem investigados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, com base nas delações de executivos da Odebrecht veio em um momento adequado e que o Congresso continuará funcionando normalmente, sem prejudicar a discussão e votação da reforma.
“Esses inquéritos não vão prejudicar o cronograma de discussão e votação das reformas”, disse. “Nossa expectativa é de que (a reforma da Previdência) deve ser aprovada neste semestre. Mas caso não o seja, eu não vejo um grande drama, um problema, prejuízo se for aprovada no mês de agosto.”
Especialistas ouvidos pela Reuters nesta quarta disseram acreditar num atraso da reforma, mas não ao ponto de impedir que saia do papel ainda neste ano.
O ministro também afirmou que não está sendo considerado, no momento, o fim do abano salarial para compensar perdas com as mudanças que o governo vem acertando com o Congresso na reforma da Previdência.
Mais cedo, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), havia afirmado que o governo estudava mudanças em benefícios dentro da reforma da Previdência para compensar as flexibilizações a serem feitas na reforma, entre elas alterações no pagamento do abono salarial.
Na semana passada, o governo admitiu afrouxar a reforma em cinco pontos em relação aos quais os parlamentares mostravam maior resistência, incluindo as regras de transição para aposentadorias. Meirelles havia estimado que as alterações deveriam reduzir a economia calculada inicialmente com a reforma entre 112 bilhões e 160 bilhões de reais ao longo de 10 anos.
“A nossa posição é que os ganhos fiscais da reforma não devem ser substancialmente alterados comparados com aquelas estimativas que tivemos logo que as principais alterações foram anunciadas”, disse à Reuters.
“Eu acredito que o importante é que, em havendo mudanças, ainda mantenham a reforma gerando ganhos fiscais para o país de acordo com as nossas expectativas”, acrescentou.