Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de julho de 2017
Em evento de posse do diretório municipal do PT em Diadema (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste sábado (15), estar disposto a pedir desculpas caso a Justiça consiga provar que ele é o dono do triplex no Guarujá que motivou o juiz Sérgio Moro a condená-lo a nove anos e seis meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
“Se o Moro ou o Ministério Público provar com um pedaço de papel, um contrato, uma assinatura ou um cheiro meu naquele apartamento, eu peço desculpas a vocês e fico quieto. Mas enquanto eles não provarem, eu vou rodar esse país para vocês me julgarem”, disse durante o evento.
A condenação do petista, em primeira instância, aconteceu na última quarta-feira (12). Em sentença, Sérgio Moro sentenciou o ex-presidente pelo recebimento de cerca de R$ 2,2 bilhões em propinas em um apartamento no Guarujá.
Lula, ao final de um discurso que durou cerca de 35 minutos, citou mais uma vez que as críticas a ele e ao partido são motivadas pelas políticas de inclusão social que foram adotadas nos governos petistas. Disse também estar tranquilo em relação aos outros inquéritos nos quais é réu.
“Não fiquem preocupados com a minha situação. Eu tenho mais cinco inquéritos. Estou com a consciência tranquila de que nenhum deles que está me processando é mais honesto do que eu”, afirmou.
Mais uma vez, Lula afirmou que o impeachment de Dilma Rousseff faz parte de um golpe que tem como objetivo impedir que ele volte à presidência nas próximas eleições.
“O golpe não fecha se eu não for condenado. Tiraram a Dilma para colocar o Temer. Perceberam que se nós éramos a desgraça, o Temer é duas vezes desgraça. Aí viram que deram o golpe para o Lula voltar dois anos depois. A conta não fecha. Agora querem derrubar o Temer e estão preocupados em encontrar um candidato”, avaliou.
Manifestação
No evento em Diadema, que serviu de apoio a Lula, o presidente estadual do PT São Paulo, Luiz Marinho, convocou a militância para uma manifestação na próxima quinta-feira (20), na avenida Paulista, em São Paulo. Segundo ele, será um ato em defesa de Lula, contra Temer, por eleições diretas e em defesa dos diretos trabalhistas e previdenciários.
“Acredito que as instâncias superiores irão corrigir esse grande absurdo que ele [juiz Ségio Moro] colocou nessa merda de sentença”, afirmou, adotando a mesma linha do partido.
A linha de defesa do partido é que sem Lula candidato em 2018, as eleições não serão legítimas. Se o ex-presidente for condenado em segunda instância, ele perde o direito de disputar cargos públicos.
“O processo eleitoral sem Lula candidato não é democrático. É fraude eleitoral”, disse. (Ana Paula Ribeiro/AG)