Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de abril de 2016
Em ato contra o impeachment realizado em Fortaleza (CE), o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (02) que assumirá o comando da Casa Civil na próxima quinta-feira (07), se o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) reverter decisão que o impediu de ir para o ministério. Indicado para comandar um dos ministérios mais importantes do governo, Lula chegou a tomar posse, mas não pode assumir o cargo por causa de uma liminar (decisão provisória) do ministro do Supremo Gilmar Mendes.
Desvio de finalidade
O ministro entendeu que houve “desvio de finalidade” na indicação feita por Dilma. Na visão de Mendes, a presidenta nomeou Lula para que ele deixasse de ser investigado e julgado na primeira instância, pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Ministros de Estado têm foro privilegiado no STF. A decisão de Mendes será submetida ao plenário do Supremo, que poderá mantê-la ou derrubá-la.
Críticas a Michel Temer
No discurso, diante dos participantes da manifestação pró-Dilma, Lula disse ainda esperar que o vice-presidente da República, Michel Temer, “aprenda sobre eleições”. A assessoria de Temer informou que ele não vai comentar a declaração de Lula. “Eu perdi muitas eleições. E eu quero que ele [Temer] aprenda sobre as eleições. O Temer é um professor de direito e sabe que o que estão fazendo é um golpe. E isso, ele sabe que vão cobrar é dos filhos dele, é do neto dele, amanhã. Porque a forma mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar derrubar um mandato legal”, declarou o ex-presidente.
No caso de o impeachment ser aprovado pelo Congresso, Temer é quem assumirá a Presidência da República. Nos últimos meses, ele comandou as articulações para que o PMDB rompesse com o governo Dilma, o que foi oficializado no dia 29 de março. Desde então, petistas têm engrossado as críticas ao vice-presidente. (Com AG e AE)