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Brasil Lula e Trump são exemplos de marketing, disse um estrategista dos Estados Unidos

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Ame-os ou odeio-os, ao menos num ponto o ex- presidente brasileiro e o mandatário americano deveriam ser unânimes: os dois dão um baile em marketing político. Isso na opinião de um estrategista que assessorou por dez anos Michael Bloomberg, um dos prefeitos mais populares da história recente de Nova York.

Para o americano Arick Wierson, 46 anos, Lula foi o sucesso que foi em grande parte porque passou longe do discurso institucional. Em suma: falava a língua do povo.

“Acho engraçado que outros candidatos, mesmo os da direita, não o estudem mais, mesmo pra aprender. Ele nem usava muito o humor, mas a emoção”, diz, listando dois atributos que julga decisivos para uma campanha bem-sucedida.

Já para Trump “em termos de marketing, você tem que tirar o chapéu”, diz. Tem exemplo melhor do que o slogan que ele emplacou, “Make America Great Again” (faça a América ser grandiosa de novo)? Simples, direto, contagiante… Já o da rival na eleição de 2016, Hillary Clinton, “ninguém nem lembra”, afirma.

Wierson foi a exceção internacional no 1º Encontro de Lideranças Nacionais, realizado semana passada, em São Paulo. Na segunda-feira (14), falou à Folha de S. Paulo sobre o que considerar ser um cenário “muito careta” da publicidade política local.

“Muitos candidatos acham que o eleitor brasileiro é formado em mestrado pela PUC-RJ, co m pós na FGV. O economês deles é muito complicado, o brasileiro comum não entende essa linguagem prolixa”, afirma o nativo do estado de Minnesota que tem filha, ex-mulher e mestrado do Brasil (o dele é da Unicamp).

Tem também, agora, uma empresa de marketing político, a recém-aberta Tzu -o nome, explica, é uma homenagem a Sun Tzu, autor do best-seller milenar “A Arte da Guerra”.

Entre seus sócios estão o advogado Gustavo Guedes, que já teve como cliente Michel Teme r e PT, e o americano Bill Hillsman, que assessorou Arnold Sehwarzenegger em sua vitoriosa campanha para o governo da Califórnia.

Para ele, a Lava-Jato abriu uma brecha para renovar a área. “Foi uma limpeza geral no mercado de marqueteiros, tirou muitos nomes famosos na praça.

João Santana e Duda Mendonça, que trabalharam nas campanhas presidenciais vitoriosas do PT, são exemplos de gigantes tragados para a operação policial.

A nova agência, segundo Wierson, dará preferência a clientes “que estão abertos a experimentar” na linguagem política. “Não adianta dar peixe pra quem não come marisco.”

Como exemplo de ousadia bem-vinda, ele mostra o vídeo da campanha de Gerald Daugherty, candidato num condado do Texas. Sua esposa é a protagonista nesta peça um tanto heterodoxa para os padrões da propaganda eleitoral brasileira: votem em Gerald, porque ele é chato, pede.

Há várias cenas em que o marido só pensa “naquilo”: políticas públicas. Monotemático, não para de falar sobre o tema -enquanto faz e depois degusta o churrasco, lava a louça… “Votem no Gerald, por favor”, suplica a mulher.

Wierson aposta que a força das redes sociais só fará crescer nos próximos anos. “No Brasil, 130 milhões [61% da população] têm Facebook, 120 milhões [56%] estão no WhatsApp. Com certeza é uma grande audiência.”

Não que dê para subestimar o papel da TV no pleito. Pesquisa do IBGE realizada em 2016 e divulgada há três meses mostra que, dos 69,3 milhões de domicílios particulares permanentes no país, só 2,8% não têm televisão.

Quando o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) esnoba a “campanha tradicional” e diz que apostará todas as suas fichas na internet, “fala isso porque é a única opção no horizonte dele”, afirma o estrategista. Caso seu partido não se coligue com outro, Bolsonaro terá cerca de 10 segundos ou menos em cada bloco de 12 minutos e 30 segundos.

O que um candidato que queira decolar nas pesquisas deveria fazer “é propor de imediato o fim do horário eleitoral”, diz Wierson. “As pessoas odeiam horário eleitoral”, declara.

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https://www.osul.com.br/lula-e-trump-sao-exemplos-de-marketing-disse-um-estrategista-dos-estados-unidos/ Lula e Trump são exemplos de marketing, disse um estrategista dos Estados Unidos 2018-05-19
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