Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2017
O Ministério Público e a defesa do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro apresentaram documentos que tendem a dificultar a situação jurídica do ex-presidente Lula na reta final para seu julgamento em Curitiba. Papéis mostram como Lula, diferentemente do que disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro, se envolvia em decisões da Petrobras. Agendas indicam 27 encontros dele com diretores da estatal. Troca de mensagem anexada ao processo também mostra como a OAS participou das obras no sítio de Atibaia e no tríplex do Guarujá.
Finalizados os depoimentos no processo que investiga a ligação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um tríplex no Guarujá, a força-tarefa da Lava-Jato corre contra o tempo para incluir novas provas no processo antes das alegações finais. O Ministério Público Federal e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro apresentaram documentos que podem dificultar a situação jurídica do petista.
A força-tarefa apresentou papéis que indicam pelo menos 27 encontros entre Lula e diretores da Petrobras, após ele negar ao juiz Sérgio Moro que interferia nos negócios da estatal. Por sua vez, Pinheiro, em negociação de colaboração premiada, enviou mensagens que reforçariam o envolvimento de Lula na reforma do sítio em Atibaia. Embora não tenha relação com o apartamento, documentos estão sendo incluídos como contraprova ao que disse Lula na ação.
O ex-presidente da OAS apresentou à Justiça uma troca de mensagens com Paulo Gordilho, ex-diretor da empreiteira, com comentários sobre obras de infraestrutura no lago do sítio: “Léo, amanhã vou pra o nosso tema esvaziar o lago para impermeabilizar. Eles, eu soube que vão estar lá para acompanhar a despesca. Mas não tenho certeza. Se desejar podemos combinar”. No dia seguinte, segundo dados do Portal da Transparência, seguranças da Presidência da República estiveram no sítio que teve reformas bancadas pela empreiteira. (Cleide Carvalho e Dimitrius Dantas/AG)