Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2017
Em discurso na noite de sexta-feira (15) em um ato para professores em Piracicaba (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à militância que não faça mais cartazes com dizeres de que ele não será preso. Ele disse estar tranquilo com os processos em que é réu, segundo informações do jornal O Globo.
“Se puder, não façam mais cartaz ‘o Lula não vai ser preso’. O único cartaz que quero é para mostrar como era o país no nosso governo e como é hoje. Não quero vocês preocupados com o Lula por causa de processo. Estou tranquilo mais que eles”, afirmou o petista.
O julgamento de Lula sobre o caso do tríplex no Guarujá está marcado para janeiro no Tribunal Regional Federal da 4ª região. O evento foi organizado pela Apeoesp (Associação dos Professores do Estado de São Paulo).
Lula repetiu que é inocente e, como pré-candidato à Presidência da República, fez promessas. “Ganhando as eleições, vou democratizar os meios de comunicação.”
Na educação, ele disse que pensa em federalizar o ensino médio, hoje de responsabilidade dos Estados.
“Se o Brasil não investir em educação, se perdermos o século 21, não teremos nenhuma competitividade para produzir produtos de alto valor agregado. Se não tivermos Ciência e Tecnologia, se não tivermos muito médico, engenheiro, vamos continuar exportando soja e minério de ferro”, declarou o ex-presidente, segundo a agência de notícias do PT.
Lula reforçou que a educação é o caminho para que o Brasil deixe de ser um país que produz apenas commodities. “A gente não quer apenas ser exportador de commodity, a gente quer ser exportador de conhecimento e isso só acontece se a gente investir em educação. Se você investe 1 bilhão de reais para construir uma fábrica, é bonito, mas ela pode quebrar. Quando você investe no jovem para fazer universidade, não tem jeito de ir à falência, porque o conhecimento é para a vida inteira, esse jovem vai prestar serviços inestimáveis ao Brasil”, acrescentou.
O ex-presidente afirmou que não houve nenhum país na história que se desenvolveu social e economicamente sem investir em educação. “É preciso explicar por que o Brasil foi o último país a abolir a escravidão, o último a ser independente e o último país onde a mulher conquistou voto. E por que o Brasil foi o último país da América do Sul a ter universidade”, disse Lula. “A resposta é simples, a elite brasileira partia do pressuposto de que o povo brasileiro não precisava estudar. Os filhos da elite poderiam viajar para outro país estudar e filho de pobre tinha que trabalhar cortando cana ou como pedreiro.”
Junto com Lula, participaram os ex-ministros da Educação Fernando Haddad, Aloísio Mercadante e Renato Janine Ribeiro. Também estiveram presentes o presidente da CUT de São Paulo, Douglas Rizzo, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, Heleno Araújo, e a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. O encontro teve como tema central o Desmonte da Educação, Ciência e Tecnologia no Brasil.