Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 20 de julho de 2017
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, publicou uma série de vídeos nos quais aparece circulando de carro pelas ruas de Caracas, disposto a provar o fracasso da greve geral convocada pela oposição. Enquanto dirige, o presidente fala que a população está nas ruas trabalhando normalmente (assista abaixo).
Apesar de passar por diversos estabelecimentos fechados, Maduro repete o tempo todo que as pessoas estão “em suas atividades normais”, destacando por exemplo que todos os bancos trabalharam.
El Pueblo de venezolano salió a trabajar por la Patria, en paz y con alegría seguimos avanzando a la Constituyente este 30 de julio pic.twitter.com/eyYnIHJzeP
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) July 20, 2017
Ao lado da mulher, Cilia Flores, e com três passageiros no banco de trás, o presidente informa a que horas as imagens estão sendo registradas e diz que está a caminho do trabalho, no Palácio Miraflores, para um encontro com uma delegação de Angola.
Bem-humorado, ele liga o rádio e ouve salsa e chega a fazer piada com uma lanchonete da rede McDonald’s, que chama de “comunista” em um dos vídeos. Maduro também menciona a presidente chilena, Michelle Bachelet, que se manifestou sobre o referendo do último domingo.
“2h15 da tarde. Saindo do ato Maravilhoso com a Juventude. Dirigindo por Caracas. Pessoas à esquerda, à direita. O povo trabalhando, vivendo, para que o mundo saiba, porque enganam as pessoas. Escutei a presidente Bachelet dizendo que 7 milhões votaram pela oposição. Não se deixe enganar, presidente Bachelet. Olhe o povo trabalhando, o povo na rua. Com certeza se lê no Chile que hoje houve uma paralização na Venezuela. Aqui está o povo, olhe… A Venezuela vai ter uma vitória com a Constituinte… a Constituinte é a solução”, diz Maduro em um dos vídeos.
“Impressionante a força que se vê levantando. Essa gente não quer ver a realidade, que fracassaram no domingo, fracassaram hoje. Bom, é a ordem imperial”, acrescenta em outra postagem.
A greve acontece dias após o plebiscito simbólico em que 98,4% dos mais de 7 milhões de participantes votaram contra o governo e pediram eleições antecipadas.
Na votação, os participantes responderam a três perguntas: se rejeitam a assembleia constitucional, se eles querem que as forças armadas defendam a constituição existente e se querem a realização de eleições antes do mandato de Maduro, segundo a Reuters.
A oposição anunciou que formará um governo de transição caso Maduro não desista da votação para eleger a Assembleia Constituinte, prevista para acontecer em 30 de julho. Na ocasião, os eleitores elegerão 545 representantes para redigir uma nova Carta Magna para o país.
O presidente venezuelano enfrenta uma onda de protestos, que começou em abril, e já matou quase 100 pessoas. Na terça-feira (18), o Ministério Público da Venezuela informou que investiga a morte de um homem identificado como Héctor Anuel, que foi queimado durante uma manifestação no estado de Anzoategui. (AG)