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Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2015
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que no cenário hipotético de uma vitória da oposição nas eleições parlamentares de 6 de dezembro, que “não entregaria a revolução” e passaria a governar com o povo numa união cívico-militar. “Se esse cenário ocorrer, a Venezuela entrará numa das etapas mais obscuras e comoventes de sua vida política e nós, defendendo a revolução, não a entregaríamos e ela entraria em uma nova etapa”, declarou Maduro. Ele afirmou que a revolução bolivariana estava em “estado de emergência” e pediu um plano “antigolpe” para evitar a derrota.
Em razão do agravamento da crise econômica no país, provocado pela forte queda no preço do petróleo, a popularidade de Maduro caiu a níveis mínimos desde que o chavismo assumiu ao poder. Analistas estimam que as chances de a oposição sair vencedora é grande, mas a coalizão MUD (Mesa de Unidade Democrática) tem alertado para fraudes.
Nas últimas semanas, Maduro rejeitou a indicação do ex-ministro da Defesa brasileiro Nelson Jobim como monitor da eleição em nome da União de Nações Sul-Americanas. O presidente também ampliou o estado de exceção em Táchira, na fronteira com a Colômbia, principalmente em municípios que tendem a votar pela oposição.
Desde que o presidente Hugo Chávez chegou à presidência, a Venezuela teve duas eleições para o Parlamento do país. A primeira, em 2005, foi boicotada pela oposição e o governo teve todos os assentos da Assembleia Nacional. Na segunda, em 2010, a MUD conseguiu tirar do chavismo a maioria qualificada, mesmo após a Justiça eleitoral ter alterado a configuração dos distritos eleitorais em um desenho que elegia mais deputados em distritos chavistas.