Brasil A maioria dos brasileiros é a favor do horário de verão
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2017
Nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, onde o horário de verão é adotado e está em vigor desde o começo desse domingo, a maioria da população considera a medida positiva, apontou uma recente pesquisa realizada pelo instituto Datafolha.
O índice é de 56% de habitantes favoráveis à iniciativa, ao passo que 38% são contrários e 5% se mostram indiferentes à questão. O Centro-Oeste é a única dessas regiões onde a maioria é contrária ao novo horário (52%).
O horário de verão de 2017 prossegue até o dia 18 de fevereiro. O governo federal chegou a cogitar o fim da medida, mas optou por mantê-la ao menos neste ano.
De acordo com a pesquisa do Datafolha, as pessoas mais velhas têm uma resistência maior ao horário de verão. Aqueles entre 16 e 24 anos, apenas 21% são contra -a rejeição salta para 50% entre pessoas com mais de 60 anos.
A opinião varia ainda de acordo com o local de moradia. A aprovação é maior entre moradores de regiões metropolitanas: 58% consideram a medida positiva e 35%, negativa. No interior, 55% são favoráveis e 40%, contrários. A escolaridade e renda também afetam a posição dos entrevistados sobre o assunto.
Dentre os menos escolarizados, que cursaram apenas ensino fundamental, 43% não aprovam o horário de verão. A avaliação negativa cai para 35% entre pessoas mais escolarizadas, com ensino superior.
Os mais pobres, com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, são os que mais tendem a ser contra o horário de verão (40%). Entre eles, 53% são a favor da medida e, 7%, indiferentes. Já entrevistados com renda familiar mensal de cinco a dez salários mínimos são os que mais aprovam a mudança de horário (65%). Apenas 32% deles são contra e, 3%, indiferentes.
A pesquisa Datafolha foi realizada junto a 2.772 brasileiros com idade igual ou superior a 16 anos, nos dias 27 e 28 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Saúde
Um outro estudo realizado no Brasil concluiu que o corpo humano precisa de pelo menos 14 dias para se adaptar totalmente ao horário de verão. Enquanto essa adequação não ocorre, são comuns problemas como falta de atenção, de memória e sono fragmentado.
A conclusão consta em um relatório desenvolvido pelo Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritos Biológicos, vinculado ao Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), tendo como foco o modo pelo qual a mudança no relógio influencia a temperatura do corpo.
“Com a mudança no horário as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo”, explica o pesquisador Guilherme Umemura. “A temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que antes do horário de verão.
Isso aponta para uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso: “Essa dessincronização entre diferentes ritmos gera problemas. Desde problemas fisiológicos como distúrbios de sono”, complementa.
Ainda segundo ele, a pessoa fica mais propensa a ter déficits de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono. A falta de atenção e a fadiga, afirma, podem ser causadores de acidentes de trânsito e acidentes de trabalho.
No começo do horário de verão, de acordo com ele, a maior incidência do sol em horários considerados noturnos faz o organismo atrasar seu ritmo. Isso faz com que a pessoa tenda a ficar mais tempo acordada por sentir sono mais tarde – o que afetaria negativamente o sono noturno. Os grupos mais afetados são os adolescentes e os jovens adultos, segundo o pesquisador.
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