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Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2018
Quase metade (46%) dos jovens brasileiros, entre 25 e 29 anos, está inadimplente. É o que apontam os dados da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). Já entre os que têm idade de 18 a 24 anos, a proporção é de 19%. Somados, os dois grupos representam cerca de 12,5 milhões de pessoas.
Para o especialista em risco e recuperação de créditos do grupo de cobranças Cercred, Alexandre Sibinelli, os principais motivos para o endividamento entre os jovens são: falta de planejamento financeiro, crescimento do desemprego e redução da renda per capita (por pessoa).
Em indicadores da empresa, as dívidas com bancos (principalmente cartão de crédito) aparecem em primeiro lugar, com 45%, diretamente relacionadas a itens de consumo, como vestuário, cosméticos e lazer. Em segundo, aparecem os débitos com comércio (cartões de lojas), que são responsáveis por 30% das inadimplências dessa faixa etária. Em seguida, vêm os gastos com telefonia celular (15%) e outros itens (10%), a exemplo de educação, água, luz e moradia.
“Um grande problema é que as pessoas utilizam o limite dos cartões como receita financeira extra e o não pagamento de um ou mais cartões só fará aumentar o endividamento e afetar a capacidade de honrar com compromissos”, opinou Alexandre.
O especialista ainda recomenda evitar compras por impulso, reservar 10% da renda mensal para despesas emergenciais e, para quem já está negativado, negociar valores que consiga pagar, mesmo que sejam necessários prazos mais longos de parcelamento.
Segundo dados da CNDL e do SPC Brasil, o volume de consumidores com restrição no CPF cresceu 4,31% na comparação entre julho deste ano e de 2017. Ao todo, o País fechou o último mês com 63,4 milhões de negativados, ou seja, 41% da população adulta.
A taxa de inadimplência entre pessoas físicas avançou 1,47% na comparação anual. O crescimento mais expressivo, de acordo com a estatística por setor, foi o das contas de serviços básicos, como água e luz, que tiveram alta registrada de 7,66% na comparação entre o mês de julho de 2017 e de 2018. Em seguida, aparece o número de dívidas bancárias, incluindo cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamentos e seguros, que subiu 6,90%.
Micro e pequenas empresas
O número de MPEs (micro e pequenas empresas) com dívidas atrasadas no Brasil chegou a 5,174 milhões em junho, um crescimento de 1% em relação a maio, quando 5,122 milhões de pessoas jurídicas do mesmo porte estavam com dívidas atrasadas, segundo divulgou na segunda-feira (13) a Serasa Experian.
Trata-se de novo recorde histórico, superando a máxima anterior registrada em maio. Na comparação com junho de 2017 (4,727 milhões), o aumento chega a 9,5%.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, o aumento da inadimplência reflete “a lenta retomada do crescimento da economia brasileira, a dificuldade na geração de caixa das pequenas empresas e o aumento do custo de matérias-primas”.
Entre os setores, as empresas de serviços responderam por 46,5% do total das inadimplentes. Na sequência, estão CNPJs negativados do comércio (44,5%) e da indústria (8,6%).
A maioria das micro e pequenas empresas com dívidas atrasadas continua concentrada no Sudeste (54,3%). Nordeste (16,1%), Sul (15,8%), Centro-Oeste (8,7%) e Norte (5,2%) repetiram em junho a sequência já apurada pelo levantamento anterior.