Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Jorge Bastos Moreno
Janot pode ficar tranquilo: enquanto Eduardo Cunha continuar pedindo a cabeça dele, a recondução ao cargo de procurador, em agosto, está garantida, brincam assessores da Dilma. Brincadeira à parte, não seria politicamente inteligente, por parte da Dilma, não reconduzi-lo no momento em que as investigações de parlamentares citados na Lava-Jato estão sob o seu comando.
Por depender da Dilma e do próprio Senado, a recondução do procurador suscita dúvidas e até maledicências sobre seu comportamento nos casos das investigações e, também, delações, como a de Ricardo Pessoa, da UTC. Pessoa é ligado a poderosos da República. E o grau das suas denúncias depende de uma inquisição mais contundente de Janot, que está pendurado nessa recondução.
Melhor seria que o procurador estivesse livre de qualquer dependência para se manter no cargo, pois assim, suas ações também estariam acima de qualquer suspeita.
O poder e o reino
De empresários a prefeitos, quem vai atualmente a Brasília percorre um circuito composto de três paradas, todas comandadas pelo PMDB: as presidências da Câmara e do Senado e a vice-presidência da República.
PAC do Michel
No caso da vice-presidência da República, o espaço já não dá conta de receber a romaria de parlamentares e políticos em geral, vindos do Brasil inteiro. Sem contar os próprios ministros de Estado, que hoje vivem mais nas antessalas do vice do que nas da Dilma. Os corredores e salas que levam ao gabinete de Michel Temer lembram aeroporto em véspera de feriado.
Balcão chique
Ao menos por enquanto, Temer mantém quadros do PT na Secretaria de Relações Institucionais, agora incorporada à vice-presidência e sob o comando de fato do ministro peemedebista Eliseu Padilha. O amplo salão, com vista para o lago e apenas um andar acima da sala de Dilma, está vago desde que a presidente despediu Pepe Vargas do posto de chefe da SRI. Lá, Padilha conta com uma estrutura de três secretárias, que trabalham freneticamente para agendar as muitas audiências que o ministro tem feito para fechar os nomes.
O pior aconteceu
Assessores avaliam que, para Dilma, uma eventual derrota de Fachin não seria tão dura como a PEC da Bengala, que tirou da presidente a chance de indicar cinco novos ministros para o STF.
Incorrigível
Dilma mandou o ministro Mercadante operar para dentro do Planalto e parar de falar. Ele obedeceu até semana passada, quando disse que quem votasse com o governo teria prioridade no segundo escalão. A declaração irritou a presidente.
Confissões da Graça
O vazamento de áudios das reuniões da Petrobras revela uma angústia de Graça Foster diante da lama em que se meteu a Petrobras. Por várias vezes, a ex-presidente da estatal deixa claro que já queria ter sido demitida. Mas ficou a pedido de Dilma Rousseff, o que agravou seu estado de saúde e ânimo.
Bilhões
Investigadores da Operação Zelotes já estão fazendo as contas para calcular quanto cada uma das empresas suspeitas de fraude no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) terá que devolver aos cofres públicos. Só empresas do Grupo Gerdau terão que desembolsar R$ 5 bilhões, segundo os cálculos do procurador Frederico Paiva. “Equivale a uma Lava-Jato”, diz o procurador.
Implicância
No almoço com a presidente Dilma e o governador Pezão, terça-feira passada na Gávea Pequena, o prefeito Eduardo Paes se queixou sem dó da mão fechada do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Os convivas fizeram cara de paisagem. Mas Paes deu seu recado.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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