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Por Redação O Sul | 13 de abril de 2017
Os empresários Marcelo e Emílio Odebrecht contaram à Procuradoria-Geral da República que, entre 2008 e 2015, deram R$ 300 milhões aos então ministros Antonio Palocci e Guido Mantega para bancar despesas do PT. Os ex-ministros, relataram, atuavam como representantes dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. Em troca, informou Marcelo, o governo encaminhava assuntos de interesse da empresa em Brasília.
Entre esses interesses, o empresário citou a aprovação de um Refis para a Braskem, um aumento da linha de crédito a exportação para Angola e a criação do Regime Especial da Indústria Química (ReiQ), norma que reduziu a alíquota de dois tributos (PIS e Cofins) incidentes sobre matérias-primas do setor.
Em outro trecho da delação, Marcelo afirmou que “tanto Lula quanto Dilma tinham conhecimento do montante” repassado ao partido. A conta que financiava atividades de Lula, de acordo com o empresário, foi batizada de “Amigo”. Nasceu em 2010 com saldo de R$ 35 milhões, após acerto com Palocci. O empresário afirmou, porém, que Lula nunca solicitou dinheiro diretamente.
Ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar revelou, em sua delação, que durante três anos deu R$ 2,1 milhões a um filho do ex-presidente Lula — Luís Cláudio — para ajudá-lo a criar uma liga de futebol americano no país. “Meu compromisso original com o presidente e com o Emílio era de dois anos. Mas, no fim dos dois anos, ele não conseguiu decolar e fizemos mais um ano”.