O material foi reunido em nove núcleos temáticos e não cronológicos: Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos.
Caso MAM
A performance de Wagner Schwartz, chamada “La Bête”, no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, foi inspirada em um trabalho de Lygia Clark. O artista, que trabalha há quase 20 anos com coreografia e tem vários prêmios, manipula uma réplica de plástico de uma das esculturas da série e se coloca nu, vulnerável e entregue à performance artística, convidando o público a fazer o mesmo com ele.
Uma criança apareceu tocando o homem sem roupa, com a presença da mãe, soube-se depois que também do pai. A Promotoria de Justiça da Infância e Juventude recebeu diversas representações alegando que o MAM estaria expondo crianças e adolescentes a “conteúdo impróprio”, e o Ministério Público está investigando se havia classificação indicativa correta no museu, informando a nudez e a idade mínima para o público presente, e também a divulgação indevida das imagens da criança na internet.
Para a Promotoria, os vídeos exibidos por meio dos links apontados violavam não apenas a dignidade da criança mostrada, mas também sua integridade e seu direito de imagem, por isso solicitou acesso aos registros de todas as URLs citadas, com o objetivo de identificar quem fez o primeiro carregamento do conteúdo divulgado, “para fins de consecução da investigação e possível responsabilização”.