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Esporte Matéria-prima do futebol brasileiro, jovens atletas dão lucro na Europa. Eles seguem para times menores, são valorizados e depois revendidos

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Alisson deixou o Inter em 2016 para jogar no Liverpool. (Foto: Divulgação/Liverpool)

A venda do atacante Malcom na atual janela de transferências é emblemática. O ex-corintiano de 21 anos saiu do Bordeaux (França) para o Barcelona por 41 milhões de euros (R$ 180,5 milhões). Ela havia sido negociado à equipe francesa em 2016, com 18 anos, por 5,2 milhões de euros (R$ 22,85 milhões). Os franceses embolsaram uma valorização de 688% em relação ao valor pago ao time brasileiro.

Esse exemplo retrata um fenômeno recente: vendidos jovens para clubes menores da Europa, entre jogadores brasileiros repassados para equipes de mais projeção anos depois, por valores muito maiores.

“O primeiro negócio [a ida à Europa] é a conta de uma expectativa. Por isso que muitas vezes pode-se pensar que o valor é baixo. Quando o jogador está na Europa, com resultados e mostrando do que é capaz, ele acaba valendo mais”, diz o empresário de jogadores Giuliano Bertolucci.

A chegada do volante Fred ao Manchester United (Inglaterra) é outro sinal de que são os europeus, e não os brasileiros, que estão lucrando com os jovens jogadores nacionais. Nesta janela, o investirmento no jogador da Seleção Brasileira 59 milhões de euros (R$ 259,11 milhões), valor é 281% maior que o pago pelo Shakhtar Donetsk (Ucrânia) ao Inter em 2013, quando o time gaúcho desembolsou 15,5 milhões de euros (R$ 68,07 milhões) pelo volante brasileiro.

De acordo com Zé Maria, empresário do goleiro Alisson, um dos motivos da valorização do atleta do País em uma negociação entre clubes da Europa se dá por não existir mais a desconfiança se ele dará certo no futebol do continente: “Normalmente, os clubes querem dois anos de experiência. Quando o jogador passa pela adaptação na Europa, que inclui desempenho e comportamento dentro e fora de campo, é valorizado”.

Allison, titular da seleção na Copa do Mundo, transferiu-se da Roma (Itália) ao Liverpool (Inglaterra) por 60 milhões de euros (R$ 263,42 milhões) e se tornou o goleiro mais caro da história. A sua saída do Inter para a Itália, aos 23 anos, aconteceu em 2016, por 8,2 milhões de euros (R$ 35,98 milhões).

Tendência

Outros times europeus também lucraram com brasileiros na última temporada. A Lazio (Itália) pagou 7,8 milhões de euros (R$ 34,27 milhões) ao Santos pelo meia Felipe Anderson, então com 20 anos, em 2013, e o vendeu em julho deste ano ao West Ham (Inglaterra) por 38 milhões de euros (R$ 166,97 milhões).

O lateral-direito e volante Fabinho foi outro jogador valorizado ao final da temporada 2017-2018. Na mais recente negociação em que foi envolvido, o brasileiro transferiu-se ao Liverpool e rendeu 45 milhões de euros (R$ 197,63 milhões) ao Mônaco (França).

Ele deixou o Fluminense aos 18 anos, em 2012, para jogar no Rio Ave (Portugal), em uma transação de 534 mil euros (R$ 2,34 milhões). Depois, em 2015, foi vendido pelo clube português ao francês por 6,2 milhões de euros (R$ 27,23 milhões).

Para o advogado Marcos Motta, que tem o atacante Neymar entre os seus clientes, isso ocorre pois o Brasil é um “exportador de matéria-prima” e possui, assim como os demais países sul-americanos, uma liga de nível mais baixo se comparada às europeias: “O mercado rejuvenesceu. A busca é sempre pelo jogador muito jovem. Somos vendedores de promessas”.

Para Motta, o jogador só se torna o melhor quando enfrenta os melhores. O advogado afirma que costuma instruir os jovens a não irem para clubes de ponta da Europa na primeira transferência. Como a concorrência é grande, o atleta corre risco de não jogar.

Um clube que se aproveita disso é o Shakhtar. A equipe tem uma estrutura montada no Brasil com olheiro e empresário para levar atletas jovens a preços baixos e depois lucrar com uma venda futura.

O São Paulo evitou passar situação parecida com o lateral e zagueiro Éder Militão, 20, negociado com o Porto (POR), outro clube acostumado a fazer dinheiro com a venda de jogadores brasileiros. Ele foi negociado por 7 milhões de euros (cerca de R$ 30 milhões).

A direção do Tricolor garantiu 10% de uma futura venda. De acordo com o clube, foi uma imposição para aceitar negociá-lo agora, que será usada sempre que possível em outros negócios.

O Shakhtar Donetsk é um dos clubes costuma procurar jogadores com perfil de juventude, velocidade, relativamente baratos e com passagens por seleções de base. “São ótimas oportunidades de lucro futuro”, segundo uma fonte ligada aos ucranianos.

A estratégia é bem diferente da praticada por gigantes como Real Madrid e Barcelona. Nesta janela, eles apresentaram Vinícius Junior (18 anos, ex-Flamengo) e Arthur (21 anos, ex-Grêmio), contratados por R$ 197 milhões e R$ 136 milhões, respectivamente.

tags: futebol

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