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Saúde Médicos alertam para o impacto da obesidade nas doenças do coração

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No Brasil, 58,2% das mulheres estão acima do peso, assim como 55,6% dos homens. (Crédito: Reprodução)

O excesso de peso e a obesidade se tornaram uma epidemia contemporânea que assola o mundo inteiro e, de acordo com especialistas, o problema é tão complexo que pode ser comparado ao desafio de encontrar uma solução para o aquecimento global. Várias complicações estão associadas aos quilos a mais na balança, como diabetes, hipertensão, derrame, doenças do coração, do pulmão, problemas gastrointestinais, infertilidade, depressão e vários tipos de câncer. O problema é que muitas dessas enfermidades demoram a apresentar sintomas e, quando detectadas, já estão em estado avançado, diminuindo as chances de cura e dificultando o tratamento.

Para discutir a importância do diagnóstico precoce das doenças cardiovasculares – como diabetes e hipertensão – causadas pela obesidade, o endocrinologista Walmir Coutinho e a pesquisadora Eliete Bouskela, doutora em fisiologia cardiovascular, participaram de um evento no Rio.

“Muitas vezes a pessoa não está sentindo nada, mas já tem diabetes ou hipertensão e não sabe o risco que está correndo. São doenças chamadas de inimigos silenciosos”, alertou Domênico. “A obesidade é um problema de toda a sociedade, em todos os níveis e não existe uma estratégia simples para algo tão complexo. A prevenção tem que começar na infância.”

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2014, mais de 1,9 bilhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso e dentre eles 600 milhões eram obesos.

No Brasil, a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), feita pelo Ministério da Saúde em 2013 e divulgada no ano passado, mostrou que 58,2% das mulheres estão acima do peso, assim como 55,6% dos homens. O mesmo levantamento revelou que 24,4% das mulheres e 16,8% dos homens estão obesos, ou seja, têm o IMC (Índice de Massa Corporal, a divisão do peso pela altura ao quadrado) maior que 30.

Ainda segundo a pasta, o SUS (Sistema Único de Saúde) gasta 458 milhões de reais anualmente para tratar problemas decorrentes da obesidade. Um relatório da OMS feito em 2012 também revelou que os problemas derivados do excesso de peso estão entre os principais custos sociais dos governos, perdendo só para o cigarro e para a violência armada e o terrorismo.

Um dos motivos que transformaram o tratamento e a prevenção da obesidade em um problema tão complexo são as suas causas. Segundo o endocrinologista Walmir Coutinho, existem dois fatores principais que propiciam o ganho excessivo de peso: os genéticos e os ambientais.

“Dentre as causas ambientais, metade são aquelas que nos fazem nos movimentar menos, desde o controle remoto até o uso excessivo dos automóveis. A outra metade são as que levam as pessoas a comerem mais, usando o alimento como se fosse uma droga. A espécie humana aprendeu que assim como o álcool e a cocaína, os alimentos açucarados e gordurosos também podem estimular o sistema de recompensa do cérebro. Essas causas fazem com que a epidemia de obesidade continue fora de controle no mundo inteiro”, explicou Coutinho.

Ameaça à reserva de energia.

Desafio maior do que perder peso, de acordo com o endocrinologista, é manter os quilos eliminados a longo prazo. O corpo humano entende o emagrecimento como ameaça a uma reserva de energia que pode ser essencial para a sobrevivência e ativa mecanismos para recuperar as gorduras perdidas.

“O organismo produz mais hormônios que aumentam a fome, diminui a produção dos que reduzem a vontade de comer e reduz o gasto metabólico. Para reverter esse quadro, é preciso alimentação correta, prática regular de exercícios e, em muitos casos, o uso de remédios para vencer a resistência do corpo a longo prazo. Emagrecer não é tão difícil, difícil mesmo é emagrecer e continuar magro”, ponderou.

Coutinho alertou também que não é só a quantidade de gordura acumulada que determina o risco de adquirir doenças, mas principalmente a maneira como ela está distribuída pelo corpo. As mais perigosas são a gordura intra-abdominal, ou visceral, situada em cima do estômago e do intestino, dentro da cavidade abdominal, e a ectópica, que pode se depositar no fígado, nos músculos, no pâncreas e em volta do coração. (AG)

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https://www.osul.com.br/medicos-alertam-para-o-impacto-da-obesidade-nas-doencas-do-coracao/ Médicos alertam para o impacto da obesidade nas doenças do coração 2016-10-27
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