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Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2017
O mercado financeiro subiu pela segunda semana consecutiva a sua estimativa de inflação para este ano no Brasil. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo BC (Banco Central), a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve ficar em 3% em 2017. No relatório anterior, os economistas estimavam que o índice ficaria em 2,98%.
Com o aumento, a inflação estimada pelo mercado para este ano voltou a ficar acima do piso de 3% do sistema brasileiro de metas. Entretanto, a previsão segue abaixo da meta central para a inflação em 2017, de 4,5%. A meta é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a Selic (taxa básica de juros da economia).
Para este ano e para 2018, a meta central é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Desse modo, a inflação pode ficar entre 3% e 6% sem que a meta seja formalmente descumprida. Na semana passada, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, avaliou que a queda no preço dos alimentos neste ano responde por um recuo de quase 2 pontos percentuais no IPCA.
No caso da inflação para 2018, a previsão do mercado ficou estável em 4,02%. Com isso, a estimativa do mercado continua abaixo da meta central, mas dentro da banda do sistema de metas (entre 3% e 6%).
PIB e juros
Para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2017, o mercado financeiro elevou a sua estimativa de crescimento de 0,70% para 0,72%. Já para 2018, os economistas das instituições financeiras aumentaram a projeção de expansão do PIB de 2,43% para 2,50%. Essa foi a sexta alta seguida na estimativa.
O mercado financeiro também manteve a sua previsão para a taxa básica de juros da economia, que deve encerrar 2017 em 7% ao ano. Atualmente, a taxa está em 8,25% ao ano.
Ou seja, os analistas continuaram estimando uma redução dos juros neste ano. Se o patamar previsto de 7% for atingido no fim de 2017, esse será o menor nível já registrado (até então a menor taxa era de 7,25% ao ano). Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic também ficou estável em 7% ao ano. Com isso, continuaram prevendo que os juros ficarão estáveis no ano que vem.
Câmbio
Na edição desta semana do Boletim Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 recuou de R$ 3,16 para R$ 3,15. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana ficou estável em R$ 3,30.
A projeção do Boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), em 2017, subiu de US$ 63 bilhões para US$ 63,7 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit caiu de US$ 50,8 bilhões para US$ 50,5 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas subiu de US$ 75 bilhões para US$ 78,5 bilhões.