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Brasil Mesmo com o nome sujo no SPC, os brasileiros vão às compras para o Dia dos Pais

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Quase 64 milhões de consumidores estão inadimplentes no País. (Foto: Reprodução)

Ao menos 22% dos brasileiros que pretendem comprar um presente para o Dia dos Pais ficaram com o nome sujo ao atrasar o pagamento de compras feitas na celebração da data no ano passado. E 30% dos que pretendem ir às compras possuem alguma conta em atraso.

As conclusões constam de um levantamento feito pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). O estudo mostra que a comemoração temática deste ano tem como pano de fundo uma inadimplência de 63,6 milhões de consumidores, a maior desde o início da série histórica do SPC Brasil em 2015. No ano passado, no mesmo período, havia 59,7 milhões de brasileiros nessa situação.

“Mesmo com o nome sujo, muita gente vai comprar por conta da tradição, o que é um erro”, avalia a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “Não vejo expectativa de melhora da inadimplência no segundo semestre. Enquanto o mercado de trabalho não recuperar o fôlego, a inadimplência não deve cair.”

Mesmo com o crescimento da inadimplência, 61 % dos brasileiros (93 milhões de pessoas) devem ir às compras no Dia dos Pais, contra os 55% que foram às lojas no ano passado. A data deve movimentar R$ 13,9 bilhões. Apesar do volume, 56% dos consultados pelo SPC Brasil disseram que vão gastar a mesma quantia desembolsada em 2017 ou até menos. Só 32% acreditam que vão gastar mais.

Descontos

O comércio usa diferentes estratégias para fisgar o consumidor receoso e endividado. Desde brindes até descontos generosos, além de parcelamento sem juros mais alongados. Mesmo assim, o movimento ainda não decolou.

Na Rua João Cachoeira, tradicional polo de comércio no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, a expectativa era de um crescimento de vendas entre 10% e 20% nesta semana, mas em alguns estabelecimentos o movimento está inclusive abaixo do normal.

“Esperávamos um crescimento entre 10% e 20% das vendas no Dia dos Pais. Mas nesta semana estamos com 30% de movimento abaixo do normal”, diz o vendedor de uma loja de roupas masculinas, aberta 40 anos atrás na região, um das nobres da capital paulista.

Na Casa das Cuecas, uma rede de lojas de artigos masculinos com lojas em São Paulo, Recife, Brasília e Curitiba, nas compras acima de R$ 250 o cliente ganha um baralho de brinde. Para a data, a loja oferece um parcelamento em até seis vezes sem juros. Já na ShirtStock, que vende ternos e camisas masculinas, quem compra três peças ganha 30% de desconto.

Para Ana Paula Tozzi, presidente da AGR Consultores, especializada em varejo, o comércio está com estoques elevados e as vendas durante a Copa caíram. Portanto, as lojas já estavam promovendo liquidações e estão montando “combos” de ofertas, além de estender os prazos de pagamento para o Dia dos Pais.

“Será uma megadesafio fazer essas promoções caberem no orçamento do consumidor. Quem fizer uma oferta inteligente, vai vender”, ressalta a dirigente, citando a promoção feita pela Samsung, que oferece um segundo televisor 4k ou Qled na compra de uma unidade.

A intenção do consumidor brasileiro é gastar, em média, R$ 150 com o presente, de acordo com o SPC Brasil, mas o operador de telemarketing Marco Olímpio de Souza, 32 anos, afirma que não vai gastar mais de R$ 50 com o presente de seu pai: “Estou no vermelho do cheque especial. Então, o presente vai ser modesto”.

Pendências

De acordo com o SPC Brasil, mais da metade das dívidas pendentes (51%) das pessoas físicas no país têm como credor algum banco ou instituição financeira. O segundo maior credor é o comércio, que concentra 18% do total de dívidas não pagas.

Marcela Kawauti chama atenção para um detalhe importante: o aumento, em julho, de quase 7% no volume de atrasos no pagamento de contas básicas, como água e luz. O levantamento do SPC Brasil mostrou que o atraso no pagamento de contas vem crescendo há nove meses consecutivos. A última vez que a inadimplência apresentou recuo foi em novembro de 2017, com queda de 0,89%.

Como o resultado do Dia dos Pais é uma sinalização importante sobre o desempenho do varejo no segundo semestre, as perspectivas não são as mais positivas. A estimativa da CNC (Confederação Nacional do Comércio) é de um crescimento de 4,7% do varejo ampliado este ano.

Se isso se confirmar, será o segundo ano de crescimento do setor, mas os números ainda são insuficientes para repor as perdas registradas entre 2014 e 2016, durante a recessão. “As vendas no varejo tiveram encolhimento de 20% durante a recessão”, afirma Fábio Bentes, economista-chefe da CNC. “Mesmo tendo crescido 4% em 2017 e crescendo 4,7% este ano, o varejo só deve se recuperar desse baque em 2020.” Ele estima que apenas no Dia dos Pais as vendas cresçam 2,5% em relação ao ano passado.

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