Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Mesmo condenado, Valdemar Costa Neto ainda dá as cartas no Partido da República

Compartilhe esta notícia:

Valdemar tem total controle do partido, mesmo sendo, no papel, um mero funcionário sem mandato parlamentar. (Foto: Reprodução)

Condenado em 2013 a sete anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no escândalo do mensalão, Valdemar Costa Neto ainda dá as cartas no PR, partido ao qual, no papel, não é mais filiado. Comandante de uma bancada de 40 deputados, é ele quem centraliza indicações políticas e decide o rumo das alianças da legenda.

A única ligação formal de Valdemar com o PR é ser funcionário administrativo. Numa sala em Brasília, recebe aliados discretamente. O chefe do PR mora em São Paulo, chega invariavelmente segunda-feira à noite em Brasília e deixa a cidade na quinta-feira. Poderia ser a rotina de um parlamentar, mas trata-se do dia a dia de um personagem que se move nas sombras e tem aversão a qualquer publicidade.

Em atitude incomum, Valdemar esteve numa grande reunião realizada na quarta-feira da semana passada com partidos do blocão, que têm se reunido para discutir as eleições. Normalmente, Valdemar evita locais com muitos líderes políticos, pois teme o estardalhaço. Ao ir à casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um aceno a representantes de DEM, PP, PRB, SD PSC e PHS.

Relatou que, até a semana passada, seu partido tinha como certa a aliança com Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato à Presidência. E tratou de dizer que o panorama havia mudado. O chefe do PR chegou a recusar uma conversa com Geraldo Alckmin há duas semanas, mas jamais deixou de operar nos bastidores.

“O problema de apoiar o Bolsonaro é que todas as pesquisas indicam que ele perde no segundo. Aí, sabe como é… É muito difícil para o Valdemar ser oposição”, disse um dos caciques que estiveram presentes à reunião.

Valdemar tem total controle do partido, mesmo sendo, no papel, um mero funcionário sem mandato parlamentar. “Outro dia até mexemos com ele. ‘Olha, você precisa tirar férias'”, disse um assessor de Valdemar. Desequilíbrio do “pessoal de Mogi”

Ele tirou férias, mas não descansou. Alguns parlamentares até tentaram espalhar a versão de que o partido está mais democrático, mas a realidade indica o contrário. Segundo um funcionário que trabalha há mais de dez anos no PR, Valdemar sempre foi muito cioso de manter o poder no partido.

“O “pessoal de Mogi” (Mogi das Cruzes, base eleitoral de Valdemar) desequilibra qualquer resultado de convenção ou decisão nacional. Pode juntar quantos deputados você quiser, que eles não vão chegar a ter o controle que ele tem. Mas não precisa disso. O Valdemar agrada a todo mundo”, conta um aliado no PR.

No dia 13 de junho, Valdemar teve um encontro com o presidente Michel Temer. No Planalto, segundo um aliado, tratou da situação da afilhada política Deusdina dos Reis Pereira, ex-vice-presidente da Caixa, acusada de tráfico de influência por negociar cargo em uma estatal como moeda de troca para liberação de crédito.

Por ter ocupado o cargo por indicação do PR, Valdemar se sentiu na obrigação de defendê-la. A servidora não foi reconduzida a uma vice-presidência, mas retornou aos quadros da Caixa. Antes de ser condenado no mensalão, Valdemar organizou a vida nos mínimos detalhes. Devido aos cuidados, não há registro de foto sua sendo preso. Ele mudou o domicílio com antecedência para cumprir pena onde achou melhor. Um mês antes da condenação, deixara a carta de renúncia com um assessor próximo. Já sabia qual era o uniforme da prisão, para onde ia e como se comportar. Iria submergir nas sombras, sem perder o poder.

Dentro do PR, Valdemar se cacifou ao chamar para si a responsabilidade no episódio do mensalão. Não deixou que nenhum outro deputado fosse responsabilizado. Desde o escândalo, Valdemar raramente fala com a imprensa.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Senadora Ana Amélia palestra nesta segunda-feira (16) no Sinduscon-RS
Em palestra-almoço no CIC, Simone Leite diz: “precisamos falar sobre política”
https://www.osul.com.br/mesmo-condenado-valdemar-costa-neto-ainda-da-as-cartas-no-partido-da-republica/ Mesmo condenado, Valdemar Costa Neto ainda dá as cartas no Partido da República 2018-07-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar