Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2015
Ismael Omar Mostefai nasceu há 29 anos em Courcouronnes, mas não foi nesta cidade da região de Paris (França) onde adquiriu as ideias radicais que o levaram a cometer, com outros dois cúmplices, um massacre na sexta-feira na casa de shows Bataclan. Identificado graças à impressão digital de um dedo que perdeu após detonar seu colete de explosivos, seu rastro se dissipa na cidade que o viu nascer, mas que abandonou há dez anos.
“Se ele tivesse vindo a esta mesquita, não teria feito o que fez”, afirmou o reitor do centro muçulmano da cidade, Khalid Merroum. À frente de uma das maiores mesquitas da França, Merroum lamenta que atos como os atentados que provocaram pelo menos 129 mortes em sete lugares diferentes da capital francesa manchem a imagem do islã.
“Os jovens que vêm aqui às vezes têm problemas, mas lhes transmitimos valores saudáveis. Se ele tivesse frequentado a mesquita, teria estado em um ambiente melhor”, afirmou. Merroum acredita que este caso mostra que o problema da radicalização vem da Bélgica, onde, segundo ele, “alguns imãs” propagam ideias radicais.
O reitor não tem nenhuma lembrança de Ismael, embora o sobrenome lhe soe familiar. “Venho do mesmo bairro”, afirmou o religioso nascido em Ceuta e que se mudou para a França no começo dos anos 1980.
A marca mais próxima do suicida na região é que seu irmão vive na cidade vizinha de Bondoufle, separada de Courcouronnes por uma rua e cujos moradores viram alarmados um impressionante dispositivo policial chegar na noite de sábado. O objetivo era buscar provas na casa do irmão do terrorista.