Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2017
O presidente Michel Temer garantiu em entrevista à agência de notícias “Reuters”, que não há “a menor possibilidade” do seu governo ser desestabilizado pela Operação Lava-Jato.
“Zero. Não há a menor possibilidade disso”, declarou.
Temer ainda voltou a negar que será candidato à reeleição em 2018, independentemente de ter bons resultados na economia ou de um pedido do PMDB.
“Eu espero apenas cumprir essa tarefa e deixar que meu sucessor possa encontrar um país mais tranquilo”, afirmou.
O presidente não confirmou, contudo, se o seu partido terá um representante na disputa. De acordo com Temer, “é muito cedo para isso”, e essa discussão só será feita “lá por maio do ano que vem”.
TEMER E MINISTROS FORAM CITADOS
O próprio presidente já foi citado na Lava-Jato, além de ministros e de nomes próximos a Temer. O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho relatou, em sua delação premiada, que entregou dinheiro em espécie no escritório do advogado José Yunes, amigo e assessor especial do presidente Temer, durante a campanha eleitoral de 2014. O pagamento faria parte de um repasse de R$ 10 milhões que Temer teria negociado diretamente com o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht.
Cláudio Melo Filho também relatou repasses para o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha e para o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, homens de confiança de Temer.
A delação de 77 executivos da Odebrecht ainda precisa ser homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Outros depoimentos citam ainda o ministro das Relações Exteriores, José Serra, e o ex-ministro da secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, entre outros políticos.
CASSAÇÃO PELO TSE
Em entrevista à Reuters, Temer admitiu preocupação com a instabilidade que uma eventual nova mudança de governo poderia trazer ao país caso o Tribunal Superior Eleitoral decida pela cassação do seu mandato. Questionado se o País teria condições de passar por uma nova troca de presidente, Temer foi cauteloso ao responder, ressalvando que uma manifestação poderia parecer que estaria falando em causa própria, mas reconheceu que a decisão traria impacto para o País.
“A pergunta já induz a uma preocupação. Imagine, uma nova eleição, um novo presidente em um mandato de quatro anos. Realmente há uma preocupação… com a qual eu concordo”, disse o presidente. (AG)