Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2018
A visita do presidente Michel Temer à sede do governo estadual de Roraima, nesta segunda-feira (12), enfrentou protesto. Em frente ao Palácio Senador Hélio Campos, um grupo de cerca de 60 manifestantes pediu a saída do emedebista e se manifestou contra a privatização da Eletrobras.
O presidente, que participa de reunião sobre a situação dos refugiados venezuelanos, entrou pela entrada privativa, que fica nos fundos da sede do governo, e não passou pelo protesto. A manifestação foi organizada por uma frente de entidades sindicais, como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Sintauf (Sindicato dos Técnicos Administrativos da Universidade Federal de Roraima).
Além de cartazes com a inscrição “Fora Temer”, um carro de som foi estacionado próximo ao palácio do governo e veicula críticas às reformas trabalhista e previdenciária. “Nós não vivemos em uma democracia, mas em um período de golpe contra os trabalhadores. Cada dia é um direito a menos”, disse Antonia Pedrosa, secretária estadual de combate ao racismo da CUT e uma das organizadoras do protesto.
Além do presidente, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), também foi criticado na manifestação. No caso dele, contudo, foi colocada também uma faixa agradecendo pelas suas realizações como senador. O presidente participa de reunião para discutir ações que podem ser feitas pelo governo federal para amenizar o impacto no sistema de saúde do fluxo de imigrantes da Venezuela.
Imigrantes
Os imigrantes venezuelanos que estão no Estado fogem da fome, desemprego, hiperinflação e da instabilidade política no país governado por Nicolás Maduro. Três dos quatro abrigos do Estado estão lotados, há milhares de venezuelanos em situação de rua e muitos dividindo casas alugadas.
Na última semana, duas dessas residências ocupadas por venezuelanos foram incendiadas. Cinco pessoas ficaram feridas, incluindo uma menina de 3 anos. No domingo (11), o guianense Gordon Fowler, de 42 anos, foi preso em flagrante suspeito dos ataques. Em audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva e ele foi mandado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
No dia 8, os ministros Torquato Jardim, Raul Jungman e Sergio Etchegoyen estiveram no Estado para buscar soluções para enfrentar a imigração. Eles também se reuniram com a governadora Suely Campos.
Em uma visita à praça Simón Bolivar, que está ocupada por mais de 300 venezuelanos recém-chegados a Roraima, o ministro da Defesa disse que a situação é preocupante: “choca muito”. Já são 40 mil, segundo as contas da Prefeitura de Boa Vista, o que equivale a mais de 10% dos cerca de 330 mil habitantes da capital do Estado com menor índice populacional do Brasil.
Durante a visita dos ministros, foi apresentado um plano para lidar com a intensa imigração. As medidas apontadas foram: reforço na segurança da fronteira, projeto piloto para absorver a mão-de-obra venezuelana, revalidação de diplomas para professores e médicos venezuelanos e censo de venezuelanos que estão no Brasil.