Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2017
O presidente Michel Temer pediu ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, que não estique mais a corda com o governo do Rio. Em conversa por telefone com Torquato na quarta-feira, Temer recomendou a ele que espere a poeira baixar e silencie sobre críticas do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
As afirmações feitas pelo titular da Justiça na segunda-feira – durante café com jornalistas, em seu gabinete – provocaram mal-estar no Palácio do Planalto. A maior preocupação de Temer, agora, é com a revolta de Maia, que disse esperar uma posição oficial do governo sobre o episódio.
O ministro lembrou que as ações das Forças Armadas no Rio de Janeiro foram dificultadas por vazamentos de informações por parte de agentes públicos do estado. Houve casos, disse ele, em que informações sobre operações vazaram e resultavam em baixo rendimento, o que resultou críticas: “Isso é um incidente já superado de uma declaração infeliz de autoridades estaduais dizendo que a presença das forças armadas, das forças civis federais, não tinha a relevância que se imaginava etc. e tal. Isso aí realmente aconteceu. Foi uma surpresa para todos nós, mas já está superado. As informações confidenciais de planejamento estavam vazando. Eu espero que já não esteja vazando mais. Se não fosse de conhecimento da linha de comando superior, não aconteceria na linha de comando inferior”.
O governador Luiz Fernando Pezão rebateu nesta terça-feira as afirmações feitas pelo ministro da Justiça sobre a crise da segurança do Rio. Em nota, Pezão disse que “o governo do estado e o comando da Polícia Militar não negociam com criminosos”, e defendeu o comandanta de PM, coronel Wolney Dias, a quem chamou de “um profissional íntegro”. Na nota, o governador destaca ainda que o ministro nunca o procurou para tratar do assunto abordado.