Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2017
“O Eduardo resolveu me fustigar”, queixa-se o presidente Michel Temer ao empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, delator da Operação Patmos, capítulo mais explosivo da Lava-Jato.
A reclamação do presidente era dirigida ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), preso desde outubro de 2016, já condenado pelo juiz Sérgio Moro a 15 anos e quatro meses de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Joesley gravou toda a conversa com Temer naquela noite de 7 de março no Palácio do Jaburu.
Ele puxou o assunto Eduardo Cunha. “Eu não sei como é que tá essa relação…”
Temer lembra que a defesa do ex-deputado o arrolou como testemunha. “O Eduardo resolveu me fustigar… O Moro indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele, pra me trolar, eu não fiz nada… fatalidade… ele tá aí rapaz”.
Áudio
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin divulgou o áudio do encontro entre o empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS/Friboi, e o presidente Michel Temer. A divulgação foi feita após a decisão do ministro, que retirou o sigilo dos depoimentos de delação do empresário.
O áudio tem cerca de 40 minutos. Na conversa, Temer e Batista conversam sobre o cenário político, os avanços na economia e também citam a situação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi preso na Operação Lava-Jato, por volta dos 11 minutos.