Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de novembro de 2017
O encontro não constava da agenda oficial do presidente. A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto explicou apenas “não ter informações” sobre a agenda. Mais cedo, Temer recebeu os ministros da Secretaria-Geral, Wellington Moreira Franco, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, e discutiu com eles as chances de aprovação da reforma da Previdência. “São boas”, disse Moreira Franco.
“Há empenho em se tocar a reforma da Previdência”, afirmou o ministro, acrescentando que ela é fundamental para dar tranquilidade ao processo de recuperação da economia. “O esforço tem sido e vai ser grande para que possamos votar o mais rápido possível.”
Outro tema da reunião foram medidas no campo tributário para melhorar o ambiente de negócios. “Não é reforma”, afirmou Moreira Franco. “São medidas pontuais, com o objetivo de simplificar e agilizar.” Segundo o ministro, já há várias propostas nesse campo em tramitação no Congresso e o governo pretende enviar outras ainda este ano, mas ele não disse quais.
Inevitável
Em meio às pressões de partidos da base aliada – que ameaçam não votar a reforma da Previdência caso não haja mudanças no primeiro escalão do governo -, o presidente Michel Temer afirmou, na semana passada, que uma reforma ministerial é “inevitável”. Temer desconversou quando perguntado sobre o momento para fazer as trocas, em especial nas pastas comandadas pelo PSDB, que ameaça desembarcar do governo em dezembro.
O presidente admitiu, ainda, que há muita insatisfação de aliados, descontentes com o tamanho do PSDB no governo e com a baixa lealdade da legenda. “Eu reconheço que há pleitos (pela saída do PSDB). E sobre mais, como muitos ministros vão deixar os seus cargos, é claro que a reforma será inevitável”, disse Temer, afirmando que saberá o momento de dar início à reforma ministerial. “Eu saberei o tempo certo, o momento certo para fazer a reforma (ministerial). Toda vez que você governa, essas reformas estão sempre em cogitação. Eu saberei o momento certo de fazê-la”, disse o presidente
Outro componente que pode influenciar a decisão de Michel Temer foi a decisão desta quinta do senador Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB, que destituiu o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), do comando da legenda. Aécio alegou que a decisão foi tomada para que Tasso fique nas mesmas condições que o outro candidato do partido, o governador de Goiás, Marconi Perillo. O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, um dos vice-presidentes do PSDB, irá assumir o comando do partido interinamente.