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Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2017
O presidente Michel Temer deverá usar uma sonda para coleta de urina por pelo menos três semanas, informaram nesta quinta-feira (14) os médicos Roberto Kalil e Miguel Srougi, responsáveis pelo atendimento ao presidente no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O objetivo é evitar uma nova obstrução da uretra, órgão tubular por onde a urina flui para fora da bexiga.
Nos próximos dias o presidente testará dois tipos de sondas diferentes, para ver qual terá melhor adaptação. A primeira a ser testada prevê uma bolsa coletora de urina presa à perna do presidente. A segunda, sem bolsa coletora, tem trajeto encurtado por uma tampa, que precisa ser regularmente higienizada.
“A sonda coletora que fica na perna é melhor do ponto de vista médico. É bem tolerada, a pessoa veste uma calça, tem mobilidade normal e pode realizar todas as atividades”, afirmou o urologista Miguel Srougi, responsável pelo atendimento ao presidente.
O uso do equipamento motivou a decisão da equipe médica de aconselhar o presidente a cancelar viagem à Ásia que faria a partir do dia 5 de janeiro.
“Foi um caso de ponderação médica. Ele poderia até viajar. Mas é mais coerente [permanecer no Brasil]”, afirmou o cardiologista Roberto Kalil, que não descartou uma extensão do período de uso da sonda.
Na última internação para tratar de problema semelhante, Temer ficou com o aparelho por apenas três dias. Há cerca de 15 dias, o presidente entrou em contato com a equipe do Sírio-Libanês ao notar dificuldade para urinar. O problema se agravou nos dias seguintes.
“Ele veio para São Paulo, […] foi passado um aparelho e realmente a uretra estava muito fechada, ele devia estar urinando com muita dificuldade. Por isso fiz uma incisão na uretra: o canal fecha, a gente passa uma pequena lâmina e corta. No caso dele, essa incisão foi uma coisa muito simples e fácil de ser feita”, afirmou Srougi.
De acordo com Kalil, não há qualquer restrição de alimentação ou atividades para Temer.
“O presidente é uma pessoa extremamente saudável. Mas são intercorrências que acontecem com qualquer um de nós”, afirmou o cardiologista, que prevê a alta para o fim da manhã desta sexta-feira.
Uretrotomia interna
É uma técnica realizada para o tratamento de estreitamento da uretra (os estenose). O problema pode ter sido causado pela cicatrização do canal, que transporta a urina da bexiga ao meio exterior. No caso do presidente, a condição ocorreu em razão da cirurgia que tratou do inchaço de sua próstata, condição esperada para homens acima de 70 anos.