Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2018
Na Alexanderplatz de Berlim, milhares se reuniram para a 22ª Parada da Canábis. Sob o slogan “Esclarecimento em vez de proibições”, os manifestantes exigiam a legalização do cânhamo, a planta que produz a maconha, entre numerosos outros usos.
A associação organizadora, Deutscher Hanfverband, registrou 6 mil participantes, o que faria da passeata a maior da Alemanha pela liberação da planta como matéria prima, medicamento e droga recreativa.
O cânhamo ou Cannabis sativa é uma das plantas cultivadas mais antigas. Suas sementes, fibras, folhas e flores têm um grande número de usos tradicionais e industriais, desde a culinária e a medicina à cosmética e produção de cordas, papel e têxteis. A maconha são suas flores e folhas secas, que contêm alta concentração da substância psicoativa tetra-hidrocanabinol (THC).
“Imposto de mágica” bilionário para o Estado?
Acima de um “baseado” gigante montado sobre um carro, os ativistas de Berlim prometiam um “imposto de mágica”. Seu argumento é que, no caso da legalização, o Estado poderia arrecadar bilhões de euros em taxas sobre a canábis.
As faixas e cartazes transmitiam mensagens como “Sem erva não tem graça”, “Diga não à narcopolícia” e “Maconha nos campos, salvem as florestas”. Música animada reforçava a atmosfera festiva.
“Até hoje há berlinenses que perdem a licença de motorista só porque foram apanhados com canábis em casa, no parque ou em algum outro lugar”, comentou o chefe da bancada estadual do Partido Verde, Werner Graf, exigiu o fim desse estado de coisas, em nível federal.
Durante a tarde a passeata seguiu pelo bairro do governo, e diante do Ministério da Saúde foi entregue uma “Declaração de Berlim”, exigindo, entre outros pontos, a descriminalização dos “maconheiros”. Segundo a polícia a manifestação transcorreu sem incidentes.
Riscos
O consumo de maconha entre adolescentes de 15 e 16 anos foi mais prevalente do que na população de 15 a 64 anos – 5,6% deles consumiram maconha em 2016, ante 3,9% na população em geral.
“Sabe-se que o dano provocado pela maconha é maior em pessoas cujo cérebro e o sistema nervoso ainda estão em desenvolvimento”, explica Gabriel Elias, coordenador de relações institucionais da Plataforma Brasileira de Política de Drogas.
“A regulação responsável dessa substância poderia diminuir esse uso precoce, já que a proibição torna o acesso igualitário para todas as faixas etárias.”