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Por Redação O Sul | 8 de março de 2018
Milhões de pessoas na Espanha participaram nesta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, de uma greve geral sem precedentes convocada em defesa de seus direitos e marcada por marchas, piquetes e cancelamentos de trens. As informações são da agência de notícias AFP.
Segundo os dois maiores sindicatos do país, Comisiones Obreras (CCOO, na sigla em espanhol) e UGT, 5,3 milhões de pessoas aderiram à greve esta manhã com paralisações de duas horas por turno de trabalho. Outros dez sindicatos menores convocaram uma greve de 24 horas.
Milhares de pessoas com bandeiras e roupas na cor violeta se reuniram na Praça Cibeles de Madri, enquanto que, em outra praça central, a de Callao, mulheres jornalistas fizeram outra mobilização.
Em dois dos principais meios de comunicação do grupo PRISA, o jornal El País e a estação de rádio Cadena SER, as repórteres faziam greve e a apresentadora Ana Rosa Quintana não transmitiu o programa da Telecinco que carrega seu nome. Enquanto isso, as ruas de Madri e de Barcelona estavam menos movimentadas, e cerca de 300 viagens de trem foram canceladas devido à paralisação.
Um dos dados mais repetidos na Espanha é que as mulheres recebem 14,2% a menos do que os homens, uma diferença, no entanto, inferior à média da UE (16,2%), de acordo com dados da agência europeia Eurostat.
Ou a diferença na taxa de emprego, que é de 65% para mulheres com filhos, 21 pontos a menos do que para homens, ainda de acordo com dados oficiais.
A Espanha tem tido destaque na luta feminista em razão de uma lei contra a violência sexista adotada em 2004, que foi pioneira e celebrada pelo Conselho da Europa como “um modelo”. No ano passado, 49 mulheres foram mortas por seus parceiros, ou ex-parceiros, cinco a mais do que em 2016.