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Brasil Militares, políticos e filhos em luta por espaços de poder protagonizam embates antes mesmo do início do governo de Jair Bolsonaro

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Bolsonaro e os filhos. Os herdeiros disputam espaço e influência no governo do pai. (Foto: Reprodução/Facebook)

Enquanto o futuro governo Bolsonaro vai tomando forma, fica mais claro que teremos pela frente um período de embates permanentes entre três núcleos de poder no entorno do presidente: os militares, os políticos e a família.

A disputa de espaço e influência entre esses grupos até agora só registrou uma vítima digna de nota: o senador capixaba – derrotado na tentativa de se reeleger – Magno Malta. No entanto, as indicações são de que o governo do ex-capitão será uma espécie de campo de batalha onde as três tropas se revezarão entre ataque e defesa, sob o olhar do capitão, no centro, pendendo ora para um lado, ora para outro.

O primeiro desses núcleos é o militar. Nele estão os mais antigos companheiros de Bolsonaro, como o general Edson Leal Pujol, colega de pentatlo e de curso de paraquedismo da turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras. Ele será comandante do Exército, a maior e mais influente das Forças Armadas.

Nessa tropa também formam os generais que se aproximaram do capitão a partir do momento em que ele começou a se viabilizar como alternativa de poder, se tornaram seus fiadores e conselheiros ao longo da campanha e agora ocuparão espaços próximos nos corredores do Planalto: o general Santos Cruz (ministro da Secretaria de Governo), o general Fernando Azevedo (ministro da Defesa), o general Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e o general Hamilton Mourão.

Todos esses ocupam postos estratégicos no governo, mas Mourão foi o único que teve voto e ele sabe bem que isso o coloca numa posição diferenciada. Ele é a ponta de lança da luta por espaço dos militares e já disse que, no Planalto, “nossas salas serão juntas” – se referindo a Bolsonaro, obviamente – e que “naquelas reuniões que ocorrem ali, eu vou participar”. O segundo polo de poder é o dos políticos. Nesse, a figura central é o deputado federal (DEM-RS) e futuro chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni, mas há coadjuvantes de peso, em luta renhida por nacos de território no novo governo.

Com estilo mais discreto, Gustavo Bebianno, presidente do PSL, é o mais próximo de Bolsonaro, atua em sintonia com Lorenzoni e já garantiu uma mesa importante no Planalto, como ministro da Secretaria-Geral da Presidência – nada mal para um advogado que, dois anos atrás, não tinha atuação política notável e nunca foi candidato a nenhum cargo público, tendo se filiado ao PSL apenas em março. Apostando em alianças, ele pôs como seu “vice-ministro” um general, Floriano Peixoto.

Julian Lemos, coordenador da campanha de Bolsonaro no Nordeste e eleito deputado federal pela Paraíba é peça importante e já protagonizou um embate com a ‘Família’. Integrante do Gabinete de Transição, ele estava ao lado da nova ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no anúncio da nomeação dela, não obstante o fato de responder a inquérito por agressão à irmã e já ter sido preso sob a acusação de bater na ex-mulher.

Outra integrante de elite desse esquadrão é a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP). A jornalista que ganhou fama com comentários antipetistas e se elegeu deputada federal com 1 milhão de votos quer ser líder do partido do governo na Câmara. Mas comprou briga com cachorro grande, Eduardo Bolsonaro.

Família

Eleito deputado federal com 1,8 milhão de votos, Eduardo, seguidor do antiglobalista Olavo de Carvalho, é uma das três altas patentes do terceiro núcleo de poder em torno de Jair: o familiar. Os outros dois são o mais moderado senador eleito Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, que, via Twitter, dispara petardos contra os dois outros núcleos no melhor estilo sniper. Sem receber reprimendas públicas do pai presidente.

“Todo governo tem conflitos em sua composição, isso é completamente normal”, diz o historiador Carlos Fico. “No entanto, os filhos não deveriam ter influência tão grande, vão criar muitos problemas, como já temos visto. A participação deles não poderia ser tão efetiva. Dessa forma, os conflitos vão continuar”.

Políticos x filhos – A sonsa e o machão

Eleita deputada federal, Joice Hasselmann (PSL-SP) é seguidora do lema ‘retroceder nunca, render-se jamais’. Depois de se queixar da articulação do PSL, ela foi chamada pelo filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de “sonsa” e acusada de ter “fama de louca”. Ela respondeu dizendo que o colega de bancada se acha “o machão da vez”. O pano de fundo é a disputa pela liderança do partido do governo.

 

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