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Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2017
O MPF (Ministério Público Federal) no Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra o ex-governador do Estado Sérgio Cabral, o empresário Eike Batista e mais sete pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro. Os fatos apresentados na denúncia são resultantes da Operação Eficiência, um desdobramento da Lava-Jato. O MPF pediu penas superiores a 40 anos de prisão para Eike e Cabral.
Cabral, a mulher dele, Adriana Ancelmo, Wilson Carlos e Carlos Miranda foram denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eike e Flávio Godinho por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Luiz Arthur Andrade Correia, Renato Chebar e Marcelo Chebar, por lavagem de dinheiro. Cabral e os irmãos Chebar também foram denunciados por evasão de divisas.
De acordo com a denúncia, Eike pagou US$ 16,5 milhões em propina a Cabral em 2011. Para realizar a transação, o doleiro Renato Chebar, a mando de Cabral, criou a offshore Arcadia Associados, que assinou um contrato fictício de “aconselhamento e assistência” com a Centennial Asset Mining Fund LLC, holding de Eike para possível aquisição de uma mina de ouro da empresa Ventada Gold Corp.
Pela falsa intermediação, a Arcadia receberia da Centennial uma comissão de 1,12% do valor da transação. O valor da propina, segundo o MPF, foi pago parte em dinheiro e parte em ações da Petrobras, da Vale e da Ambev, adquiridas nos Estados Unidos. Os recursos foram transferidos para uma conta de Eike no Panamá, a Golden Rock Founation, para a conta Arcadia, aberta por Renato Chebar no Banco Winterbotham, do Uruguai, para receber os valores.
Na quarta-feira (08), a Polícia Federal indiciou Cabral, Eike e outras dez pessoas. O relatório conclusivo do inquérito será encaminhado à Justiça, juntamente com todo o material produzido no decorrer das investigações. A Justiça, então, decidirá se os indiciados virarão ou não réus.
Na Operação Eficiência, a PF investiga a ocultação no exterior de aproximadamente U$ 100 milhões – cerca de R$ 340 milhões –, distribuídos em dez contas em paraísos fiscais. Também são investigados os crimes de corrupção ativa e passiva, além de organização criminosa. (AG)