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Por Redação O Sul | 17 de fevereiro de 2017
O MPF (Ministério Público Federal) pediu ao juiz Sérgio Moro, que é responsável pelos processos da Lava-Jato na primeira instância, para que sejam suspensos os benefícios do acordo de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, das filhas dele, Arianna Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, e do genro Marcio Lewkowicz.
Segundo os procuradores, houve contradição em um dos interrogatórios, o que causou a quebra do acordo de delação. O pedido foi feito no documento de alegações finais, protocoladas no site da Justiça Federal. As alegações são a última etapa na tramitação do processos, antes da sentença do juiz.
O ex-diretor e os familiares são acusados de ocultar provas que estavam no escritório de Paulo Roberto – horas antes de uma busca da PF (Polícia Federal) no local em março de 2014, no início da Lava-Jato. Atualmente, Costa cumpre pena em regime aberto, no Rio de Janeiro.
“Seja desconsiderada na sentença a aplicação dos benefícios previstos nos acordos de colaboração premiada celebrados por Arianna Azevedo Costa Bachmann, Márcio Lewkowicz, Paulo Roberto Costa e Shanniaze Azevedo Costa Bachmann com o Ministério Público Federal, considerando-se as contradições apresentadas entre seus depoimentos no âmbito do acordo, as declarações prestadas em seus interrogatórios e os demais elementos probatórios presentes nestes autos”, disseram os procuradores.
Um dos pontos divergentes apontados pelo MPF foi que, na delação, Costa disse que pediu para a filha a retirada de R$ 100 mil do escritório, mas no interrogatório ao juiz disse que o valor era de R$ 50 mil. “Observe-se que Paulo Roberto Costa, em adição, informou em, seu Termo de Colaboração nº 80, que requisitou à Arianna a retirada de R$ 100 mil e U$ 10 mil. Já em Juízo, e no mesmo sentido do quanto declarado por Arianna Azevedo Costa Bachmann, informou que solicitou que a acusada buscasse R$ 50 mil no escritório da Costa Global Consultoria. O montante retirado em dólares americanos foi mencionado pelo acusado apenas após questionamento do parquet federal”, declarou o MPF. (AG)