Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2016
O MP-DF (Ministério Público do Distrito Federal) pedirá ao MPF (Ministério Público Federal) investigação sobre a falta de transporte que impediu o transplante de coração em Gabriel, 12 anos, que morreu em Brasília 14 dias depois de um órgão ser recusado em razão da indisponibilidade de avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
A Promotoria de Defesa da Saúde elaborou uma nota técnica em que apontou a necessidade de se investigar por que não houve transporte aéreo para o coração ofertado pela Central Nacional de Transplantes. O documento será remetido ao MPF, que tem a competência de apurar assuntos da esfera federal.
Chance perdida
Toda a cadeia que envolve um transplante no Brasil passa pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e por órgãos da administração federal. Isso vale, por exemplo, para a regulação das ofertas, administração das listas de espera e organização logística. A identificação dos voos – ou acionamento da FAB, quando não há linhas aéreas disponíveis na aviação comercial – é uma atribuição da Central Nacional de Transplantes. Os Estados e o DF mantêm as centrais locais de regulação.
Gabriel morreu em Brasília em 14 de janeiro. No dia 1 de janeiro, a Central Nacional fez a oferta de um coração surgido em Pouso Alegre (MG). O menino era o primeiro da lista de espera no DF e não havia qualquer restrição à qualidade do órgão ofertado. A equipe do Instituto de Cardiologia do DF, responsável pelos transplantes em Brasília, nem chegou a embarcar. (AG)