Mundo A miss Iraque disse ter sido alvo de ameças de morte após tirar uma selfie com a miss Israel. Com medo, ela se mudou com a família para os Estados Unidos
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2017
Em meio aos preparativos para o concurso Miss Universo 2017 no mês passado, uma selfie da miss Iraque, Sarah Eedan, causou furor no mundo árabe, sobretudo, em seu próprio país. Tudo porque, na fotografia, ela aparece ao lado da colega de Israel, Adar Gandelsman. Mas o que inicialmente não passava de polêmicas e críticas teve repercussões mais sérias, incluindo supostas ameaças de morte.
A foto da relação amigável entre as duas modelos incomodou o Iraque, que acusa as tropas israelenses de cometerem diversos abusos no Oriente Médio. Conforme esse raciocínio, o registro feito por ambas as misses não demonstra confraternização, mas a concordância da beldade iraquiana com as ações dos Exército judeu nos territórios palestinos.
A selfie havia sido compartilhada em novembro milhares de vezes nas redes sociais, e muitos acusaram a miss Iraque de traição, fazendo até supostas ameaças de morte à modelo. Alegando medo de sofrer alguma violência, Sarah e a sua família optaram por a deixar o país no último fim de semana, escolhendo como destino os Estados Unidos – ainda não se sabe se em caráter provisório ou definitivo.
“Ela me perguntou se eu toparia tirar uma foto com ela, e eu disse que ficaria feliz em espalhar a mensagem”, relatou Sarah, que nasceu e cresceu no Iraque, mas precisou se mudar para os Estados Unidos para estudar música. A modelo é a primeira a representar o país árabe no Miss Universo nos últimos 45 anos.
“O objetivo da imagem era o de expressar esperança pela paz mundial e pela solução da crise na região”, comentou a miss iraquiana, que pediu desculpas às todas as pessoas que possam considerar ofensiva uma iniciativa que, ao que tudo indica, não pretendia causar colocar “lenha na fogueira” da inimizade regional.
Em apoio à colega de concurso e como resposta às ameaças, a miss Israel também postou a selfie em seu perfil no Instagram e destacou que a representante do Iraque é “uma pessoa incrível”. “As duas coisas juntas causaram uma confusão no Iraque, onde as pessoas fizeram ameaças contra ela e sua família. Disseram que, caso não voltasse para a casa e apagasse as fotos, iriam remover seu título de miss Iraque e a matariam”, contou Adar.
Vitória
Polêmicas à parte, a edição 2017 do Miss Universo foi vencida pela modelo sul-africana Demi-Leigh Nel-Peters, 22 anos, no dia 27 de novembro. O concurso foi realizado em Las Vegas (EUA). Essa foi a segunda vez na história do concurso que a coroa ficou com o país – a última vez foi em 1978, com Margaret Gardiner.
Demi-Leigh desbancou outras 91 competidoras. A brasileira Monalysa Alcântara, 18 anos, ficou entre as dez semifinalistas mas não avançou na etapa seguinte, que elegeu as cinco finalistas.
A cerimônia deste ano, que contou com um pocket-show da cantora norte-americana Fergie, teve mais uma vez a apresentação do comediante Steve Harvey, que em 2015 confundiu as vencedoras e anunciou a Miss Colômbia como ganhadora da noite, quando na verdade a vencedora era a representante das Filipinas.
Coincidentemente, a segunda colocada deste ano foi novamente a miss colombiana Laura González, 22 anos. Já o terceiro lugar ficou com a jamaicana Davina Bennet, 21 anos.
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