Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Ciência Missão em Saturno termina com informações que ajudam a explicar a origem da Terra

Compartilhe esta notícia:

Ilustração da Cassini entre Saturno e seus anéis. (Foto: Nasa)

Há 13 anos, a Nasa (agência espacial norte-americana) lançava a missão Cassini com duas sondas destinadas a estudar Saturno e seus satélites naturais. Nesse período, a humanidade descobriu uma imensidão de informações sobre o gigante gasoso, confirmando suspeitas anteriores e também revelando novidades, além de registrar belíssimas imagens do planeta e seus anéis. Agora, a missão está chegando ao fim, e a sonda dará um mergulho mortal na atmosfera de Saturno nesta sexta-feira (15).

Ainda assim, os dados coletados pela Cassini continuarão sendo objeto de estudo não somente pela Nasa, como também por astrônomos e cientistas de todo o mundo. A sonda precisa ser destruída para que o equipamento não se choque acidentalmente com as luas de Saturno, contaminando seus ambientes com microorganismos provenientes da Terra. Afinal, ainda não foi descartada a possibilidade de se haver algum tipo de vida, mesmo que microbiana, em luas como Encélado e Titã.

O “grand finale” da Cassini foi programado pela agência espacial em abril de 2017, quando a sonda iniciou uma manobra que, ao longo das semanas, encurta sua órbita, resultando no choque fatal com a atmosfera do planeta.

Ao entrar em contato com a atmosfera de Saturno, a Cassini sobreviverá por apenas cinco ou seis minutos, tendo seus componentes destroçados em seguida. Mas, mesmo dando seus suspiros finais, esses equipamentos continuarão enviando informações valiosas para a Nasa, como medições das substâncias que compõem a atmosfera de um dos planetas mais belos do Sistema Solar.

Missão Cassini-Huygens

Lançada em 1997, a missão Cassini-Huygens revolucionou o conhecimento sobre Saturno, suas 62 luas e oito grupos de anéis.

Depois de sete anos de viagem interplanetária, a missão chegou ao seu destino. Assim, em 2004, Cassini e Huygens se separaram: enquanto a primeira entrava na órbita do planeta gasoso, a segunda pousava na lua Titã, rochosa como a Terra e um verdadeiro oásis para a vida como não a conhecemos.

A Cassini terá o destino grandioso que merece, cruzando os céus do nosso “Senhor dos Aneis” como um meteoro. Seus 12 instrumentos científicos vão se desintegrar — e se tornarão parte do planeta que tanto estudou.

A ideia de mandar uma sonda para Saturno veio depois de dois anos do lançamento da Voyager, em 1982. Quinze anos depois, em 1997, a Cassini foi lançada do Cabo Canaveral, nos Estados Unidos.

Antes de chegar ao planeta propriamente, a sonda passou duas vezes por Vênus e uma porJúpiter, onde teve alguns “empurrõezinhos” gravitacionais que a ajudaram a chegar em seu destino final.

Contudo, o percurso foi um pouco preocupante, já que entre 2001 e 2002 notou-se um “embaçamento” na câmera da sonda, que naquela época fotografava algumas estrelas da nossa galáxia. O problema foi resolvido tempos depois, quanto os cientistas conseguiram aquecer a câmera por alguns dias.

A Cassini-Huygens chegou ao sistema saturniano em 2004. Quatro meses mais tarde, fez o primeiro sobrevôo de Titã. A sonda Huygens, por sua vez, só pousou na segunda maior lua do Sistema Solar mais tarde (por conta da densa atmosfera do satélite), transmitindo dados e fotos durante 90 minutos e revelando uma superfície rochosa, composta por neblina de metano.

Lagos em Titã

Em 22 de julho de 2006, Cassini encontrou evidências da presença de lagos na superfície de Titã. Foi a primeira vez em que uma descoberta do tipo foi feita em um corpo celeste fora da Terra.

Tempos depois os cientistas notaram que esses lagos são compostos de hidrocarbonetos (metano e etano) e proporcionam chuvas dessas substâncias que, como demoram para evaporar, formam rios e até oceanos.

No segundo semestre de 2008, foi conduzido um sobrevoo em Encélado, a sexta maior lua de Saturno. Lá, foram notadas plumas de vapor e vulcões de água em sua superfície, o que, segundo o site da Nasa, fez com que os cientistas mudassem a missão para poder observar melhor.

A importância da descoberta é que plumas e vulcões deste tipo são indícios de oceano subterrâneo, o que é essencial para a existência de vida como a conhecemos.

Mistério

Para descobrir quanto tempo dura um dia em Saturno, os cientistas emitiram ondas de rádio a partir da Cassini. Mas o resultado foi bem diferente do esperado. A variação nas ondas de rádio controladas pela rotação do planeta é diferente nos hemisférios norte e sul e também parecem mudar com as estações de Saturno, na qual o sul e o norte “trocam” taxas. Por esse motivo, a rotação do planeta ainda não é completamente conhecida.

Legado

Com o fim da missão Cassini, a Nasa e outras agências espaciais pretendem criar um novo projeto inteiramente dedicado ao estudo da lua Titã, que se mostrou mais misteriosa do que se pensava.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Ciência

Sargento da reserva da Brigada Militar é morto a tiros dentro de casa em Maquiné
Justiça Federal nega pedido de liberdade a Marcelo Odebrecht
https://www.osul.com.br/missao-em-saturno-termina-com-informacoes-que-ajudam-a-explicar-a-origem-da-terra/ Missão em Saturno termina com informações que ajudam a explicar a origem da Terra 2017-09-14
Deixe seu comentário
Pode te interessar