Sexta-feira, 29 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas Moeda de troca

Compartilhe esta notícia:

FHC lançou livro que trata dos bastidores do poder nos anos nos quais exerceu o cargo máximo do Executivo. Foto: Frederico Haikal/Folha Imagem

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O festejado lançamento do livro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que versa sobre os bastidores do poder nos anos em que exerceu o cargo máximo do Executivo, nos traz uma certeza: o apadrinhamento e a troca de cargos parecem ser sistêmicos em nosso País. Há décadas, o cenário político funciona como uma moeda de troca de cargos e favores.

Infelizmente, é a triste realidade histórica do Brasil. Entram governos, saem governos, e parece persistir a corrupção e o famoso jeitinho brasileiro. Trata-se de uma ânsia, faminta e voraz, que visa à obtenção de cargos e vantagens, resultando, por óbvio, em menor qualidade do quadro de ocupantes de cargos públicos.

Temos um Estado ineficiente, que nem sequer almeja se tornar melhor. O sistema vigente (e consolidado) busca congregar o maior número possível de apadrinhados políticos, sem qualquer compromisso com sua eficiência. Ao total, são 11,1 milhões – um em cada dez brasileiros em idade de trabalhar – empregados no governo. Desse universo, são 600 mil cargos de confiança.

Devido ao seu tamanho, o Estado brasileiro tem grandes dificuldades para acomodar suas despesas dentro dos limites orçamentários. Há muitos burocratas e assessores em geral, mas faltam professores, policiais, enfermeiros e médicos. Como resultado, temos um modelo de Estado que se mostra ineficiente e, pior, insustentável.

Com o objetivo de solucionar o problema, urge a redução das competências estatais e do apetite dos governos de inchar a máquina pública. É necessário que o Estado limite e restrinja sua atuação a áreas efetivamente essenciais, priorizando a contratação de professores, agentes de segurança e saúde. Além disso, é preciso que esses cargos sejam ocupados com base na meritocracia, a fim que melhores serviços possam ser revertidos à população.

Não podemos deixar que o Brasil seja governado com base em apadrinhamentos e moedas de troca, com a criação de cargos desenfreada para atender aos interesses exclusivos dos governantes em detrimento dos interesses de toda a sociedade. Somente com a diminuição do tamanho do Estado e com uma significativa redução de cargos comissionados, poderemos melhorar a eficiência do País e reduzir os alarmantes números da corrupção desenfreada.

(Júlia Tavares, advogada e associada efetiva do Instituto de Estudos Empresariais)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

Empresa gigante norte-americana comprou terras irregularmente no Brasil
Passageiros são retirados de voo nos Estados Unidos por atividades suspeitas
https://www.osul.com.br/moeda-de-troca/ Moeda de troca 2015-11-18
Deixe seu comentário
Pode te interessar