Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de março de 2019
Moreira Franco era o único ex-governador do Rio de Janeiro que nunca havia sido preso. Embora seja o que tenha governado o Rio há mais tempo, foi o último a ser preso. Antes dele, foram presos Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho – estes dois atualmente respondendo em liberdade.
Benedita da Silva, que nunca foi presa nem é ré, foi governadora depois de Anthony Garotinho deixar o cargo para se candidatar a presidente. Em nota, Garotinho afirmou: “Minha prisão, a exemplo da de Rosinha, nada teve a ver com a Lava-Jato. Foi a Justiça Eleitoral de Campos, e, na minha opinião, em função das pessoas que denunciei, entre eles membros do Judiciário do estado.)
Reação de Padilha
Eliseu Padilha estava em seu escritório de advocacia, no centro de Porto Alegre, quando recebeu a notícia da prisão de Michel Temer. Segundo dois interlocutores com quem conversou, por telefone, Padilha foi frio. Perguntou apenas o que estava acontecendo, se havia algo contra ele, e disse que não comentaria nada sobre Temer e Moreira Franco. Padilha não é alvo dos pedidos de prisão expedidos pelo juiz Marcelo Bretas.
Quem é Moreira Franco?
Moreira foi ministro de Minas e Energia e da Secretaria-Geral da Presidência de Temer, seu colega de partido e amigo há décadas. Seu nome foi citado repetidas vezes por delatores no âmbito da operação Lava-Jato.
Ele é casado com Ana Clara Vasconcelos, mãe da mulher do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Patrícia Vasconcelos. Moreira Franco está na política desde o início dos anos 1970. Foi governador do Rio, prefeito de Niterói e deputado federal por três mandatos. Participou dos governos de Temer, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma Rousseff e Lula (PT).
Ganhou do ex-governador do Rio Leonel Brizola (PDT) o apelido de “gato angorá”, por causa da cabeleira grisalha e porque compartilhava, dizia Brizola, a característica do felino de “passar de colo em colo”. Também era esse seu codinome nas planilhas de propina da Odebrecht.
O político é diretor-presidente da Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos ligado ao MDB, cargo que ocupa pela segunda vez. Em nota, o MDB lamentou as prisões e o que chamou de “postura açodada da Justiça” em relação a Temer e Moreira Franco. “O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa”, conclui o texto.