Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2015
O general Manuel Contreras, o principal repressor da ditadura de Augusto Pinochet no Chile (1973-1990), condenado a mais de 500 anos de prisão, morreu na sexta-feira no Hospital Militar de Santiago do Chile, informaram fontes oficiais.
O estado do militar de 86 anos e ex-chefe da temível Dina (Direção de Inteligência Nacional) – a polícia secreta de Pinochet –, tinha se agravado nas últimas semanas, quando suspenderam todos os tratamentos e só recebia paliativos para a dor.
Contreras padecia havia anos de um câncer de cólon, de hipertensão e de diabetes que tinham afetado seus rins, razão pela qual fazia diálise três vezes por semana.
Um dos idealizadores da Operação Colombo e da Operação Condor, que envolveram nos anos 1970 e 1980 as ditaduras militares da América Latina em operações coordenadas para eliminar opositores, Contreras estava condenado a mais de 500 anos de prisão em 58 sentenças definitivas e tinha outros 56 julgamentos abertos.
Na quinta-feira, o presidente do Partido Comunista do Chile, deputado Guillermo Teillier, tinha pedido ao ministro da Defesa, José Antonio Gómez, a degradação do general Contreras antes que morresse.
Teillier enviou um ofício a Gómez para consultar as razões do por que “Contreras não tinha sido degradado”.
Em sua carta, o presidente dos comunistas chilenos destacava que Contreras mantinha sua qualidade de general da República, apesar de o artigo 222 do Código de Justiça Militar estipular que “a pena de morte e as de presídio e reclusão perpétuas leva consigo a degradação”.
Teillier lembrou que Contreras somava duas sentenças de prisão perpétua – uma pelo assassinato da família do general Carlos Prat, e outra por 19 sequestros e um assassinato ocorridos na Vila Grimaldi, em Santiago.
Nesta mesma linha, a advogada de direitos humanos Carmen Hertz lamentou em declarações ao Canal 13 que o militar tenha morrido com a distinção de general, “o que é uma vergonha para o Exército chileno”.
Os familiares de Contreras disseram aos jornalistas que seu funeral será privado. (Folhapress)